Em entrevista ao programa "Terça à Noite" da rádio portuguesa Renascença, Morais denunciou as muitas privatizações desvantajosas ocorridas em Portugal no decorrer dos últimos dez anos e convidou o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras a visitar Portugal para ver os resultados "trágicos" do programa da troika (BCE, FMI e Comissão Europeia).
"Acho que o primeiro-ministro grego devia vir a Portugal ver as consequências negativas do plano de austeridade que foi aplicado aqui e que agora querem replicar na Grécia" – disse Morais.
Morais explicou que as parcerias público-privadas de José Sócrates [premiê de Portugal entre 2005 e 2011] e mais um conjunto de negócios levaram o país à falência", e que, depois, "um conjunto de grupos econômicos, essencialmente europeus, vieram a Portugal aos saldos e Passos Coelho [atual primeiro-ministro de Portugal] foi o caseiro que vendeu a retalho o pouco que restava no Estado português".
"Passos Coelho e os seus amigos criaram em Portugal uma nova estrutura de poder econômico à custa das privatizações, sem qualquer sentido estratégico", diz Paulo Morais.
Em 2011, a troika avaliou as contas públicas de Portugal para definir as necessidades de financiamento do país, e foi responsável por toda a ação de sua reestruturação econômica.