Segundo a edição, as autoridades de Kiev estão preocupadas por não poderem controlar o Setor de Direita. Além disso, o agrupamento poderá formar “a segunda frente” e mobilizar as suas forças contra o governo atual, opinam jornalistas alemães. Sob condição de anonimato um funcionário público ucraniano disse ao jornal alemão:
“Talvez este momento seja o ponto de viragem na história ucraniana. Amanhã ou depois de amanhã a situação será seguinte: voluntários contra o exército. Isto é extremamente sério”.
Agora os radicais lançam o desafio às autoridades estatais, abrindo “a segunda frente” em Mukachevo que fica somente em 40 quilómetros da fronteira húngara.
É de lembrar que a situação entrou em fase quente na manhã do sábado (11) quando os representantes do Setor de Direita, armados de metralhadoras, atiraram contra cidadãos e a polícia em Mukachevo em resultado, três pessoas morreram, treze foram feridos. Curiosamente a proximidade de Mukachevo da fronteira húngara já fez este país reforçar a proteção da fronteira com a região ucraniana da Transcarpátia e reduzir a entrada de cidadãos ucranianos no seu território.
No entanto, Dmitry Yarosh afirma que sua fidelidade às autoridades ucranianas tem limites, segundo Der Spiegel. Numa entrevista ele adverte Kiev:
“Nossa revolução não está terminada”.
O Setor de Direita é um movimento que reúne uma série de organizações radicais nacionalistas na Ucrânia. Em março de 2014, o movimento foi transformado em partido político, mantendo ao mesmo tempo o seu braço armado. O movimento já entrou em confrontos com a polícia em janeiro e fevereiro de 2014 e em abril assaltou edifícios administrativos em Kiev. Depois, o movimento aderiu ao exército ucraniano para esmagar os protestos no leste da Ucrânia.
Em novembro de 2014 a Corte Suprema da Rússia reconheceu o Setor de Direita como uma organização extremista e proibiu sua atividade no território russo. Em janeiro de 2015, na Rússia o grupo foi incluído na lista de organizações proibidas; o líder do movimento Dmitry Yarosh enfrenta igualmente acusações de incitação à atividade terrorista.