Na sua opinião, a política de sanções da UE é um suicídio para a França. "Se a UE se recusa a levantar as sanções, a França deve sair da armadilha dos extremistas europeus, assumir a responsabilidade e agir unilateralmente, revogando as sanções" – assegurou.
Miyar expressou a certeza de que as sanções criam um clima de tensão em relação a todos os países envolvidos na política de sanções – tensão esta que deve ser evitada, já que a Rússia é um parceiro insubstituível da Europa.
"É preciso que as sanções introduzidas pelos europeus e norte-americanos contra a Rússia, assim como as aplicadas pela Rússia à França, sejam canceladas, é preciso aliviar as tensões. Essas sanções são estúpidas. Eu sei o que estou dizendo, elas [sanções] criam tensão onde esta não deveria existir. Rússia é um parceiro-chave para apoiar a estabilidade na Europa, um parceiro geoestratégico" – declarou o deputado.
Na opinião de Miyar, não existe qualquer crise internacional relacionada à integração da Crimeia à Rússia.
"É preciso cancelar as sanções. Está na hora de declarar que não existe qualquer crise internacional por causa da Crimeia, já é tempo de dizer que a Crimeia é parte da Rússia. Afinal, nós queremos que a França enxergue a situação real, e que ela deixe de fazer parte da política de sanções, que leva a lugar algum" – disse o deputado.
"Creio que, infelizmente, o senhor Fabius segue a posição dos "ultra-europeus", e eu tenho a certeza de que ele sabe muito bem que nós estamos num beco sem saída. Portanto, ele não consegue suportar o fato de existirem deputados que dizem "não". Mas o melhor de tudo é que nós continuarem dizendo "não"… É sabido que a política externa da França tem dois erros – utopia e negação da realidade" – explicou.
Falando sobre a sua visita à Crimeia, o deputado disse que o clima na península é calmo. Ele destacou que a região possui três idiomas oficiais e que a questão das línguas é muito importante, já que foi uma das causa da crise ucraniana.
"Portanto, a Crimeia encontrou o seu caminho. E nós devemos normalizar esta questão. Repito que a situação na Crimeia não representa uma crise internacional; é totalmente lógico que a Crimeia seja russa" – disse Miyar.
A Crimeia e a cidade de Sebastopol adotaram declarações de independência em 11 de março de 2014. Cinco dias depois, realizaram um referendo no qual 96,77% dos habitantes da Crimeia e 95,6% dos eleitores de Sebastopol escolheram se separar da Ucrânia e se juntar à Rússia. O presidente russo, Vladimir Putin, assinou os acordos de reunificação em 18 de março do mesmo ano.
O ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou em diversas ocasiões que os habitantes da Crimeia escolheram o seu destino através de um pleito democrático realizado em conformidade com todas as normas do direito internacional e a Carta das Nações Unidas.