Em nota, o escritório revela ter acompanhado de perto a detenção e o julgamento. A conclusão é que as “normas internacionais de julgamento justo não foram cumpridas”. Entre as deficiências principais do processo está a “incapacidade de se estabelecer a responsabilidade criminal individual” em relação a crimes específicos.
Segundo o órgão da ONU, houve problemas em relação ao acesso a advogados, alegações de maus-tratos e julgamentos conduzidos à revelia. Apesar de considerar essencial a responsabilização por violações graves dos direitos humanos, o escritório disse que isso deve ser feito com adesão aos padrões internacionais de julgamento justo. O outro requisito é o pleno respeito aos direitos dos réus.
A Anistia Internacional e a Human Rights Watch também criticaram o julgamento na Líbia. Segundo as organizações defensoras dos direitos humanos, durante o julgamento foram registradas “graves violações” contra a Justiça internacional.
“Houve denúncias de violações durante o julgamento que merecem uma revisão judicial independente e imparcial”, afirmou Joe Stork, subdiretor para o Oriente Médio e África da Human Rights Watch.“As vítimas dos graves crimes cometidos durante a revolta de 2011 merecem que se faça justiça, mas só se conseguirá por meio de um processo justo e transparente”.
As duas organizações denunciam também que o filho de Khaddafi foi julgado à revelia, porque se encontra detido pelas milícias da cidade de Zintan, a 159 quilômetros de Tripoli, que se recusaram a entregá-lo às autoridades desde a sua captura em novembro de 2011, informou Agência Brasil.