"As pessoas precisam da propaganda para convertê-las em alguém que elas odeiam para que elas possam odiar", disse o ex-deputado nesta sexta-feira, em Washington D.C.
"… você precisa de um Saddam Hussein, um Aiatolá ou mais alguém, e hoje é a Rússia."
No discurso, Paul lembra que enquanto a Guerra Fria pode ter abastecido a necessidade americana de gastar com os militares, a época deixou Washington sem um inimigo claro para demonizar. O governo americano agora vem espalhando desinformação sobre assuntos como a crise na Ucrânia para pintar a Rússia como vilã.
"De repente, acabou a Guerra Fria e há uma explicação enorme sobre o que está acontecendo na Ucrânia, e não é tudo culpa dos russos, estou dizendo para vocês. Mas temos que ter inimigos para manter isso agitado."
Paul também criticou as ações agressivas do governo dos EUA.
"Se você e eu não podemos, se nós não podemos machucar pessoas, se não podemos roubar e se não há agressão, então por que permitir que nosso governo faça? Por que permitimos que nosso governo tire nossas liberdades, cobre mais impostos do que o necessário e nos mande para guerras sem sentido?"
O tema é bastante familiar para o ex-deputado, que já escreveu vários textos sobre o militarismo americano.
Desde 2013, o Pentágono concedeu US$ 850 milhões em contratos no setor de Defesa. A Raytheon, sozinha, recebeu US$ 700 milhões para instalar um novíssimo equipamento em um bunker nuclear dos tempos da Guerra Fria.
"A Raytheon é a principal financiadora de think tanks como Instituto para o Estudo da Guerra, que continuamente alimenta a propaganda pró-guerra. Tenho certeza que contratos gordos são um ótimo retorno para esse investimento", escreveu Paul.
"Não importa que a Rússia não tenha invadido nem ameaçado nenhum país na região… É surpresa que os burocratas e generais da OTAN continuem a nos assustar com contos sobre a nova ameaça russa? Eles precisam justificar seus planos de expansão!