Chefe do Instituto da Paz americano prefere a guerra

© AP Photo / Andrew Kravchenko, PoolUS soldier, center, instructs Ukrainian soldiers during joint training exercises on the military base in the Lviv region, western Ukraine
US soldier, center, instructs Ukrainian soldiers during joint training exercises on the military base in the Lviv region, western Ukraine - Sputnik Brasil
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As declarações bélicas do chefe do Instituto da Paz dos Estados Unidos, Stephen Hadley, fazem lembrar o romance “1984” de George Orwell. A edição on-line The Intercept explica por que razão Hadley tem interesses pessoais em fomentar o conflito na Ucrânia.

No Fórum Global de Wroclaw em Junho, Hadley apresentou argumentos a favor de fornecimento de armas letais à Ucrânia porque isto irá, segundo ele, “aumentar o custo do que a Rússia está fazendo”.

Sublinhou que “mesmo o presidente Putin é sensível aos sacos para cadáveres – parece grosseiro, mas é verdade – mas sacos para cadáveres com os soldados russos que foram mortos”. Hadley também apelou à Europa a aumentar as despesas militares, ou melhor, dobrá-las.

Entretanto a tarefa principal do Instituto da Paz dos Estados Unidos, que é uma organização governamental, é a garantia de paz no planeta por meio da “resolução pacífica de conflitos”, diz a edição The Intercept. 

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Porém, o chefe do instituto Stephen Hadley é um “falcão” que constantemente se manifesta em favor de intervenções militares em assuntos de outros países. Esta contradição é explicada pelo fato de que Hadley faz parte do conselho de diretores da empresa militar Raytheon, revela a The Intercept.  

Quando era conselheiro de segurança nacional do antigo presidente americano George Bush, Stephen Hadley defendeu a necessidade de invasão do Iraque. Mais tarde, ele apelou para efetuar ataques aéreos de grande escala contra a Síria. Durante o último ano, ele manifestou-se em favor de escalada de conflito no leste da Ucrânia, lembra a edição.

Os confrontos na Ucrânia aumentaram as despesas militares regionais, o que fez crescer significativamente os lucros da Raytheon, diz a The Intercept, alegando as palavras do diretor financeiro da empresa. O projeto de criação de um sistema de defesa integrada antiaérea e antimíssil na Polônia, que é do interesse da Raytheon, tornou-se tarefa prioritária para o lado polonês por causa dos acontecimentos na Ucrânia, disse o vice-presidente da empresa em outubro de 2014. Além disso, o senador americano John McCain apelou para o fornecimento ao exército da Ucrânia de sistemas de mísseis Javelin, produzidos pela Lockheed Martin e pela Raytheon, escreve a The Intercept.  

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Hadley é membro do conselho de diretores da Raytheon desde 2009 e recebeu em 2014 a remuneração de mais de 290 mil dólares, sublinha a edição.

Kiev está realizando, desde meados de abril, uma operação militar para reprimir os independentistas no leste da Ucrânia, que não reconhecem a legitimidade das novas autoridades ucranianas, chegadas ao poder em resultado do golpe de Estado ocorrido em fevereiro de 2014 em Kiev. Segundo os últimos dados da ONU, mais de seis mil civis já foram vítimas deste conflito.

A OTAN e os EUA afirmam ter evidências da participação da Rússia nas hostilidades entre as tropas de Kiev e os independentistas de Donbass. Tais “evidências”, contudo, nunca foram confirmadas de forma independente. A Rússia constantemente negou tais acusações.
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