“O Irã e a Turquia têm sempre estado juntos em circunstâncias muito difíceis, e hoje é a mesma coisa, nesta atual situação internacional difícil, nós deveríamos ser capazes de resolver [os conflitos] através de uma cooperação mais estreita”, disse Rohani.
A visita do chanceler iraniano que acontece hoje é uma continuação lógica desta conversa.
Segundo fontes oficiais, Zarif se reunirá na capital turca com uma série de altos cargos estatais para discutir vários assuntos, entre outros a crise na Síria.
Além disso, o chanceler do Irã, comentando ontem o acordo sobre o programa nuclear alcançado no mês passado, apelou os EUA a corrigirem a sua atitude “errada”:
“Seria ótimo aproveitar-se desta oportunidade histórica para ganhar a preciosa confiança do povo iraniano, que tem sido prejudicada por décadas de políticas hostis e erradas por parte dos Estados Unidos”.
Em breve, o chanceler iraniano visitará a Rússia. O assunto foi concordado na terça-feira da semana em curso, após um encontro entre o vice-chanceler russo Mikhail Bogdanov com o seu colega iraniano Hossein Amir Adollahian. Uma fonte na embaixada do Irã na Rússia disse que a data da visita ainda não é definida.
Desde abril do ano em curso, o Irã tem tentado convencer a coalizão liderada pela Arábia Saudita a resolver o conflito no Iêmen por via pacífica. No entanto, Riad, em resposta, ameaçou Teerã de apresentar queixa contra ele no Conselho de Segurança da ONU.
Advogando pela paz
Durante o ano corrente, o Irã tem se manifestado várias vezes no palco internacional, advogando pela paz na região. Desta vez, tenta persuadir a Turquia da necessidade de combater os terroristas.
A Turquia está vivendo agora um momento de intensos combates na sua fronteira com a Síria. Desde há duas semanas participa da luta internacional contra a organização terrorista Estado Islâmico, proibida na Rússia e em outros países.
As fontes frisam que o presidente iraniano falava em combater o Estado Islâmico, no entanto, o seu colega turco disse, respondendo, que todas as organizações terroristas da região deviam se combatidas.
A Turquia considera como organização terrorista também o Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK), da minoria curda. Erdogan tem até afirmado que o alvo principal da sua operação era o PKK.
Erdogan considera também o governo sírio de Bashar Assad como ilegítimo, ao contrário do Irã, que reconhece a sua legitimidade e apoia o exército sírio na sua luta contra os terroristas.
Vale destacar que nesta quinta-feira (6), o chanceler sírio visitou o Omã. Foi a primeira visita oficial que Walid Muallem fez a um dos países do Golfo Pérsico desde o início da guerra civil na Síria, em 2011.