“Hoje eu gostaria de dizer que anunciamos o alargamento deste programa de treino, iniciamos cursos em quatro novas áreas… Em primeiro lugar, se trata de cursos voltados para que os militares identifiquem melhor as minas e engenhos explosivos improvisados. Para além disso, são cursos de treino para realização de operações em zonas urbanas, de planejamento operacional, bem como de instalação estruturas de engenharia”, disse o ministro britânico da Defesa.
Ele também manifestou que o Reino Unido planeja aumentar o número de militares ucranianos, devendo o treinamento abranger até dois mil homens.
“Planejamos terminar esses cursos preparatórios até o fim do ano financeiro no Reino Unido –ou seja, 31 de março”, acrescentou.
“Não devemos perder de vista que a situação é séria. Sete mil pessoas já morreram na Ucrânia, mesmo na entrada à Europa, enquanto a Ucrânia luta pela sua liberdade. Não é um conflito congelado”.
A Rússia negou várias vezes o seu envolvimento no conflito ucraniano e, por sua vez, criticou o Ocidente dizendo que o treinamento de forças ucranianas nestes tempos diplomáticos tensos é de fato altamente provocatório e contraproducente para o processo de paz.
Até agora os governos ocidentais tinham rejeitado os apelos de Kiev para fornecer armas letais ao exército ucraniano. Porém, críticos acusaram Londres de realizar uma expansão da sua presença devido à ampliação do seu programa de treinamento na Ucrânia, temendo que isto pode resultar em escalada do conflito.
Fellon confirmou que está aberto ao envio de mais conselheiros à Ucrânia, se for preciso, mas negou acusações que tais ações possam fazer aumentar as tensões:
“Não é provocação. Está tudo desenhado para ajudar as Forças Armadas ucranianas a se defenderem melhor e salvarem mais vidas. Tudo isto [o polígono onde estão instalados os instrutores militares britânicos] fica longe da zona do conflito”.
Desde 9 de janeiro, a intensidade dos bombardeios na região aumentou, bem como o número de vítimas do conflito. Isto fez regressar ambas as partes às negociações. O novo acordo de paz, firmado em Minsk entre os líderes da Rússia, da Ucrânia, da França e da Alemanha inclui um cessar-fogo global no leste da Ucrânia, retirada das armas pesadas da linha de contato entre os dois lados, assim como uma reforma constitucional com a entrada em vigor até o final do ano de 2015 de uma nova Constituição, com a descentralização como elemento-chave.
Apesar da trégua, confrontos locais, inclusive com uso de armas pesadas proibidas pelos acordos, continuam. Um Grupo de Contato trilateral (Rússia, Ucrânia e OSCE) está encarregado de buscar uma solução para a crise.