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O fantasma do golpe na América Latina: Maduro denuncia ameaça ao governo Dilma

© AFP 2023 / EVARISTO SAPresidente da Venezuela Nicolás Maduro com a presidente do Brasil Dilma Rousseff
Presidente da Venezuela Nicolás Maduro com a presidente do Brasil Dilma Rousseff - Sputnik Brasil
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse em programa nacional de rádio que o Brasil está sob “ameaças de golpe de Estado nos próximos meses” e voltou a denunciar tentativas de desestabilização dos governos ditos de esquerda na América Latina.

“Se se atrevem a se meter com o Brasil, o que será do resto?”, questionou, referindo-se aos interesses por trás da pauta do impeachment contra a Presidenta Dilma Rousseff.

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, em sua chegada à Cúpula do Mercosul no Palácio do Itamaraty, Brasília, Brasil - Sputnik Brasil
Maduro: pressão política não vai apagar do mapa países do Mercosul
Citando também os governos de Evo Morales, na Bolívia, de Rafael Correa, no Equador, e o seu próprio governo na Venezuela, Maduro fez críticas aos EUA e disse que “os movimentos revolucionários e progressistas da América Latina” são alvo de ataques golpistas orquestrados por setores das oligarquia e da ultradireita. 

Neste sentido, o líder venezuelano defendeu a legitimidade democrática de Dilma e disse ainda que o ex-presidente Lula “levou o Brasil ao melhor nível de desenvolvimento de sua história”.

Não é a primeira vez que o governo venezuelano dispara denúncias contra supostos esquemas conspiratórios articulados pelos EUA e pelos partidos de direita na América Latina. No final de junho, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, acusou o partido de oposição venezuelano Primero Justicia de patrocinar a organização de protestos no Equador para desestabilizar e derrubar o governo de Correa. 

Protestos em Quito contra os projetos apresentados pelo presidente Rafael Correa para taxar heranças e lucros, em 10 de junho de 2015 - Sputnik Brasil
Autoridades do Equador acusam oposição de tentar tomar o palácio presidencial e aeroportos
Alguns dias antes, o presidente equatoriano apresentou centenas de vídeos gravados no interior de ônibus públicos de seu país para embasar a denúncia de que “reacionários venezuelanos” haviam sido infiltrados no Equador como parte de uma “conspiração em marcha com apoio internacional”, forjada pela oposição contra o seu governo, bem como contra o de Nicolás Maduro.

Nas gravações, homens aparecem gritando contra o governo venezuelano e exortando os equatorianos a irem às ruas “para não se transformarem na Venezuela”.  

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Manifestações contra e a favor do presidente Correa tomam as ruas de Equador
Amanhã, quinta-feira (13), está prevista uma greve nacional convocada por organizações sindicais alinhadas à oposição de direita no Equador, segundo informou a rede TeleSUR. O Presidente Rafael Correa defendeu o direito às manifestações, mas advertiu que os organizadores do protesto carecem de legitimidade e têm interesses em desestabilizar o país para tentar um golpe de Estado.

Ele afirma que a direita liderada por interesses internacionais conspira para “gerar medo e criar agitação social” no país, usando como desculpa os projetos governamentais de impostos sobre herança e rendimentos de capital, necessários para promover a igualdade e a distribuição de renda no Equador. No Twitter, Correa mandou um aviso aos golpistas:

"Agora, essas elites arrogantes e pretensiosas, acostumadas a remover governos, pretendem voltar ao passado. Como é fácil destruir, quão difícil é construir! TOD@S reajamos e demonstremos nossa indignação e rejeição ao passado. Os cidadãos são aqueles que têm de proteger as estradas, as obras públicas, tudo o que foi conseguido. Trabalhemos com mais amor à Pátria na quinta-feira e digamos aos do passado, 'já basta!'. 'O passado, nunca mais!'. Este Equador, ninguém pode pará-lo. #EquadorNãoPara. Hasta la victoria siempre!"

Protesto em São Paulo pelo impeachment da Presidenta Dilma - Sputnik Brasil
Notícias do Brasil
“PSDB está surfando na ambiguidade”, diz especialista em Direito Constitucional
Quanto ao Brasil, Dilma se prepara para enfrentar no próximo domingo uma nova convocatória às ruas feita pelos movimentos de oposição contra o seu governo, muitos dos quais ainda defendem a ideia de impeachment, mesmo sem quaisquer evidências de conduta criminosa por parte da Presidenta, o que seria condição legal para a possibilidade de destituí-la do poder.

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