No entanto, um dos governos da Líbia afirma que o premiê continuará. Para a renúncia ser oficializada, o primeiro-ministro precisa entregar uma carta ao Parlamento do país com o pedido de renúncia.
Abdullah al-Thini assumiu o cargo de forma interina em março de 2014, após deixar a chefia do Ministério da Defesa. Um mês depois renunciou sob a alegação de que estaria sendo ameaçado. Mas uma ordem judicial o manteve no cargo até a realização das eleições de julho daquele ano.
O historiador e especialista em Oriente Médio, membro do Centro Roland Mounier, Gregor Matias, em entrevista à agência Sputnik, disse que é necessário que ambos os parlamentos — reconhecido e não reconhecido — cheguem a um acordo.
"É claro que ambos os governos recebem forte pressão da comunidade internacional, a fim de alcançar um consenso. Eu acho que o objetivo fazer com que se consiga unidade nacional no governo, que vai manter a situação com dificuldade. Com isso, as Nações Unidas vão enviar uma força internacional para manter este governo e para pôr fim ao caos e, em particular, pôr fim à presença de grupos da al-Qaeda e do Estado islâmico, semelhante ao que está acontecendo na Somália", afirmou o especialista.
Desde 2011, quando militantes apoiados pela OTAN derrubaram Muammar Khaddafi do poder. A Líbia está fragmentada e vivendo uma série crise humanitária. Muitos dos cidadãos do país se aventuram em barcos precários e ilegais pelo Mar Mediterrâneo em direção à Itália e tentando se refugiar na Europa. Milhares morrem afogados em naufrágios.