Mais cedo Abe negou pedir desculpas pela agressão japonesa, notando que o governo atual não deve respeitar declarações e posições-chave de anteriores gabinetes.
Comentando o assunto à Sputnik, o membro do movimento para a coleta de um milhão de assinaturas contra a guerra Senzaki Yukiko opinou que quaisquer palavras serão insuficientes:
“Acho que o problema é que tudo se limita a desculpas vazias, mas a política não muda. A posição do governo do Japão nas relações com a Coreia do Sul e a China por si mesma cria tensão. Acho que é errada. Acho que os problemas territoriais não devem ser adiados, porque isso só cria mais problemas”.
Yukiko também opina que o país deve pedir desculpas pela agressão que causou, segundo dados chineses, mais de 35 milhões de vítimas só na China.
“Eu acho que o governo do Japão certamente deve pedir desculpas pela agressão de grande escala e pelo número enorme de vítimas. O governo japonês limitou-se pelo acordo do pós-guerra com a Coreia do Sul sobre a segurança e até pagou compensações, mas negou realizar o tribunal. […] É preciso comunicar às próximas gerações a ideia de que o similar não deve se repetir”.
“O premiê Abe, apesar de protestos da maioria da população empurra leis da defesa, provocando o sentimento de perigo em povos da Ásia. Por isso acho que é errado se limitar só pelas palavras, é preciso mudar a política japonesa.”
Na tarde de 14 de agosto, emissoras radiofônicas japonesas anunciaram insistentemente que o imperador Hirohito do Japão faria uma importante Proclamação Imperial sobre a condução da guerra ao povo japonês. Em 15 de agosto de 1945, o imperador anunciava solenemente a rendição incondicional de seu país na Segunda Guerra Mundial.
Comentando o assunto à Sputnik, o ex-diretor do Fundo Monetário do Japão, ex-vice-ministro de Finanças japonês, Daisuke Kotegawa, disse que não é o discurso que tem importância, senão a política do país.
“Acho que o discurso de Abe não influirá a política japonês de modo algum. O que é realmente importante do ponto de vista político são emendas às leis da defesa, que estão sendo discutidos no Parlamento. A oposição as chama de ‘leis de guerra’. É o que realmente importante”.
O especialista também opinou que o discurso foi coordenado pelas chancelarias dos dois países antecipadamente.
“As relações entre o Japão e a China chegaram ao nível em que eles não podem mais brigar e antes de tornar público o discurso de Abe, foi combinado pelas chancelarias dos dois países. […] Porém, provavelmente não foi combinado com a Coreia do Sul”.
Ao responder a uma pergunta da Sputnik, o embaixador disse que ações militares na China foram as mais duras – de 1931 a 1945. E durante a luta de 14 anos o país sofreu grandes danos, não só número enorme de vítimas, mas também perdas financeiras que totalizaram 700 milhões de dólares.
“Tendo em conta este fato, torna-se clara a escala da festa dedicada a 70º aniversário da Vitória, inclusive a Parada militar em Pequim”.
Li Hui destacou especialmente que para a China isso não é uma demonstração de força, senão um apelo à comunidade internacional à paz e à importância de não esquecer as lições da Segunda Guerra Mundial.