O Ministério das Relações Exteriores da Turquia anunciou que os mísseis norte-americanos Patriot não seriam implantados no país depois do fim da missão correspondente, em finais de outubro do ano em curso.
Quanto à Alemanha, a decisão sobre a retirada dos Patriot alemães será apresentada ao Bundestag (parlamento) no sábado que vem, dia 22.
O contingente da Holanda já abandonou o território da Turquia.
Vários observadores e alguns comentaristas da mídia europeia atribuem a retirada aos ataques que o exército turco está realizando contra os militantes do Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK, na sigla em turco). Estes ataques são parte da estratégia que Ancara adotou ao obter o apoio ocidental para combater o Estado Islâmico, que levou recentemente a cabo um atentado em solo turco e tentou violar a fronteira turca a partir da Síria.
Para o ex-embaixador turco na Alemanha, Osman Koruturk, a decisão da coalizão foi condicionada pela mídia europeia:
“A mídia ocidental está discutindo ativamente a ideia de que a Turquia não se opõe voluntariamente ao EI, mostrando reticência, não vê o combate a este grupo como algo seriamente significante. É bem provável que esta convicção que se formou no Ocidente tenha condicionado a aceitação, pela Alemanha, da decisão de retirar os complexos de mísseis Patriot do território da Turquia”.
Já o tenente-general reformado do Exército turco Erdogan Karakus disse à Sputnik que a tarefa dos Patriot era proteger o escudo antimíssil e o contingente norte-americano na Turquia. Agora, os EUA estão, aos poucos, se apercebendo da necessidade de reconhecer o governo de Bashar Assad e, por conseguinte, não precisam destas armas.
No entanto, a ameaça terrorista persiste na região. Os aviões dos EUA continuam usando a base de Incirlik para partir em voos de combate, de acordo com o Pentágono. Contudo, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou que seu alvo principal eram os curdos, e não o Estado Islâmico, organização terrorista proibida pela Rússia e uma série de outros países. Sendo aliada da coalizão, Ancara quer primeiro resolver um problema interno, posição que tanto a própria coalizão, como a Rússia e os seus partidários parecem considerar errada, já que os curdos também combatem o Estado Islâmico, que é o perigo principal.