Para o cientista político Antônio Marcelo Jackson, professor do Departamento de Educação e Tecnologias da UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto, em Minas Gerais, a rejeição ao PT (Partido dos Trabalhadores) está se consolidando no Brasil:
“A grande questão é que este clima de ódio e ojeriza contra o PT, o partido do Governo, do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da Presidenta Dilma Rousseff, está aumentando entre a classe média, inclusive pela decepção de quem deu votos a este partido. Para estas pessoas, não importa se o número de participantes das manifestações foi maior em março, abril ou agosto de 2015, quando estas manifestações ocorreram em todo o país. Lula venceu a eleição presidencial de 2002 e assumiu o Governo em 1 de janeiro de 2003 com o discurso do 'Lulinha, Paz e Amor'. E assim ele conquistou um novo mandato. Fez a sua sucessora, Dilma Rousseff, em 2010, e lhe garantiu um segundo mandato em 2014. Mas, ao longo do caminho, surgiram o ‘mensalão’ e o escândalo do ‘petrolão’, com as sucessivas denúncias de corrupção na Petrobras, envolvendo funcionários, empresários e políticos do PT e da base aliada do Governo. A classe média tem sido o fiel da balança nas eleições e, na medida em que ela se decepciona, a tendência é de que seus votos e sua influência migrem para outras direções político-partidárias. Agora, é preciso pensar no Brasil: vai se tirar a governante, praticamente no início do seu segundo mandato, e se colocar quem em seu lugar? Então, é mais do que necessário pensar, antes de tudo, no Brasil e no que se quer para o Brasil. Quem quer mudanças deve apresentar à opinião pública o que e com quem pretende mudar.”
“A grande questão é que este clima de ódio e ojeriza contra o PT, o partido do Governo, do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da Presidenta Dilma Rousseff, está aumentando entre a classe média, inclusive pela decepção de quem deu votos a este partido. Para estas pessoas, não importa se o número de participantes das manifestações foi maior em março, abril ou agosto de 2015, quando estas manifestações ocorreram em todo o país. Lula venceu a eleição presidencial de 2002 e assumiu o Governo em 1 de janeiro de 2003 com o discurso do 'Lulinha, Paz e Amor'. E assim ele conquistou um novo mandato. Fez a sua sucessora, Dilma Rousseff, em 2010, e lhe garantiu um segundo mandato em 2014. Mas, ao longo do caminho, surgiram o ‘mensalão’ e o escândalo do ‘petrolão’, com as sucessivas denúncias de corrupção na Petrobras, envolvendo funcionários, empresários e políticos do PT e da base aliada do Governo. A classe média tem sido o fiel da balança nas eleições e, na medida em que ela se decepciona, a tendência é de que seus votos e sua influência migrem para outras direções político-partidárias. Agora, é preciso pensar no Brasil: vai se tirar a governante, praticamente no início do seu segundo mandato, e se colocar quem em seu lugar? Então, é mais do que necessário pensar, antes de tudo, no Brasil e no que se quer para o Brasil. Quem quer mudanças deve apresentar à opinião pública o que e com quem pretende mudar.”
Outro especialista, Antônio Gelis, professor de Estratégia Internacional e Geopolítica da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, considera necessário analisar a questão em profundidade:
“É preciso olhar para a floresta e não somente para as árvores e para as suas folhas. O que está acontecendo agora é consequência daquilo que chamo de ‘20 anos dourados’ da História recente do Brasil, o período entre 1992 e 2012. O processo de destituição do então Presidente Fernando Collor de Mello, com todas as instituições funcionando dentro da ordem constitucional, e os processos sucessórios ocorridos a partir daí (com os Presidentes Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff) mostram como o Brasil amadureceu politicamente. Neste momento, nós temos de considerar que milhares de pessoas estão indo para as ruas protestar contra o Governo. Mas precisamos também levar em conta que milhões de pessoas não estão indo para as ruas protestar. Além disso, falta tornar claro o que se quer: os protestos querem tirar a presidente do poder e colocar quem em seu lugar? Se for o Vice-Presidente Michel Temer, o que vai mudar no Brasil? E se, por acaso, houver novas eleições, quem ganhar vai fazer o quê? Acima de tudo, o Brasil vive uma crise psicológica. Temos de lembrar também de um componente geopolítico, que é o fato de esta nossa classe média ter valores profundamente ocidentalizados e que estes valores estão muito abalados, causando toda esta decepção. Mas o importante é saber que a discussão não está limitada a preto ou a branco, porém aos diferentes tons de cinza. Enfim, se a presidente sair, quem vai entrar? Se entrar, vai fazer o quê? Quem vai querer bancar o herói?”
“É preciso olhar para a floresta e não somente para as árvores e para as suas folhas. O que está acontecendo agora é consequência daquilo que chamo de ‘20 anos dourados’ da História recente do Brasil, o período entre 1992 e 2012. O processo de destituição do então Presidente Fernando Collor de Mello, com todas as instituições funcionando dentro da ordem constitucional, e os processos sucessórios ocorridos a partir daí (com os Presidentes Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff) mostram como o Brasil amadureceu politicamente. Neste momento, nós temos de considerar que milhares de pessoas estão indo para as ruas protestar contra o Governo. Mas precisamos também levar em conta que milhões de pessoas não estão indo para as ruas protestar. Além disso, falta tornar claro o que se quer: os protestos querem tirar a presidente do poder e colocar quem em seu lugar? Se for o Vice-Presidente Michel Temer, o que vai mudar no Brasil? E se, por acaso, houver novas eleições, quem ganhar vai fazer o quê? Acima de tudo, o Brasil vive uma crise psicológica. Temos de lembrar também de um componente geopolítico, que é o fato de esta nossa classe média ter valores profundamente ocidentalizados e que estes valores estão muito abalados, causando toda esta decepção. Mas o importante é saber que a discussão não está limitada a preto ou a branco, porém aos diferentes tons de cinza. Enfim, se a presidente sair, quem vai entrar? Se entrar, vai fazer o quê? Quem vai querer bancar o herói?”