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Sem água, Brasil procura alternativas de produção de energia limpa

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Depois que a escassez de água mostrou que o país precisa rever sua dependência do setor hidrelétrico, autoridades e especialistas do setor buscam alternativas limpas e baratas para a geração de energia.

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Foi realizado nesta semana, no Rio de Janeiro, o 4.º Seminário Nacional de Energias Renováveis e Eficiência Energética, com o objetivo, entre outros, de discutir tecnologias para reduzir o consumo de energia, discutir custos e aumentar lucros, economizando ou buscando energias mais limpas e sustentáveis.

O organizador do evento, jornalista e economista Carlos Emiliano Eleutério, falou com exclusividade para a Sputnik Brasil e alertou para a previsão assustadora de que entre 2025 e 2030 o potencial hidrelétrico brasileiro estará esgotado.

“Nós vivemos uma crise energética muito grande e além disso temos um desafio muito grande, pois, se imaginarmos que tínhamos no planeta, há 200 anos, 1 bilhão de pessoas e em pouco mais de 20 anos transformamos a população do planeta em 7 bilhões de pessoas, é fácil imaginar o desafio que temos de prover estas pessoas com água, alimento, residência e energia, fundamentais para a sobrevivência. Principalmente a água, que no Brasil é muito associada à questão da energia, porque 80% da matriz elétrica são baseados em hidrelétricas, e com as mudanças climáticas nós temos tido períodos instáveis de chuva e muita irregularidade nas nossas represas, que, por sua vez, são fundamentais tanto para o abastecimento humano quanto para a geração de energia.”

Sobre o Seminário 4 Nacional de Energias Renováveis e Eficiência Energética, Carlos Emiliano Eleutério comenta:

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“Esta 4.ª edição foi muito interessante porque, além do momento difícil que o país está atravessando, as empresas estão ressentidas e retraídas. Não podemos esperar a crise passar para buscar soluções, principalmente nesta área de energia, e este evento serve como espaço para que possamos discutir soluções. É fundamental que a gente busque, como vem acontecendo nos Estados Unidos e na maioria dos países da Europa, que estão buscando alternativas de geração de energia tanto por meio solar quanto eólica, e o Brasil é privilegiadíssimo. Para se ter uma ideia, a Alemanha tem, talvez, o maior parque do mundo de geração solar, e as condições de insolação que eles têm são menores do que a pior que nós temos no Brasil. A nossa é 40% melhor do que a melhor que eles têm na Alemanha, e eles conseguem, apesar de não ter todo esse potencial de geração solar, suprir uma grande parte da demanda de energia, tanto para gerar calor quanto para gerar frio.”

Segundo Carlos Emiliano Eleutério, “a nossa planta de geração é muito baseada em hidrelétricas – 80% –, e esse potencial do Brasil se esgotará entre 2025 e 2030, ou seja, a partir daí nós não poderemos contar com geração de energia com base em hidreletricidade, com base hidrológica”.

E ele conclui: “Nós precisamos intensificar e buscar uma participação maior da geração de energia na nossa matriz.”

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