Ele também afirmou que seu país está interessado na normalização das relações com o seu vizinho, mas absteve-se de mencionar que a situação das minorias russas residentes lá está longe de ser normal.
Conforme relatado pelo jornal suíço NZZ, cidadãos de etnia russa, que constituem um terço da população da Letônia, são "mal integrados" e expostos à discriminação constante.
Há cerca de 270 mil dos chamados "não-cidadãos" da Letônia, quantidade que representa cerca de 14 porcento de todos os residentes do estado Báltico. Russos compõem 65,6% de todos os não-cidadãos. Estas são as pessoas que "se mudaram para a Letônia durante a ocupação soviética, entre 1940 e 1991, ou foram reassentadas pelas autoridades soviéticas", disse o artigo.
O sistema é ainda mais discriminador no que se refere à situação dos filhos de "não-cidadãos" nascidos na Letônia, os quais não recebem automaticamente a cidadania como outras crianças letãs. Os pais devem candidatar-se explicitamente em um procedimento, mas muitas vezes não dão este passo por conta de um "orgulho pessoal".
Não-cidadãos não possuem a cidadania letã nem qualquer outra. Eles não podem votar ou ser eleitos ou exercer determinados cargos oficiais, como nas forças policiais, como procuradores ou notários, segundo escreveu o jornal.