Presidente da Ucrânia compara Donbass a Mordor, do Senhor dos Anéis

© REUTERS / Valentyn OgirenkoPresidente da Ucrânia, Pyotr Poroshenko
Presidente da Ucrânia, Pyotr Poroshenko - Sputnik Brasil
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O presidente da Ucrânia Pyotr Poroshenko comparou Donbass, região no sudeste do país que reivindica independência de Kiev, com a mítica região de Mordor, da saga O Senhor dos Anéis, do escritor britânico John Tolkien, referida nos livros e nos filmes da trilogia como a morada de um terrível império do mal que deseja dominar o universo da trama.

“A Ucrânia sempre existiu, existe e existirá. Já a Novorússia [denominação informal dada às autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Luganks, em Donbass] – é um mito de Tolkien chamado de Mordor” – escreveu Poroshenko em seu Twitter particular.

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Vale destacar que na linguagem inventada por Tolkien, o sindarin, Mordor significa "terra negra”. Ainda segundo uma etimologia fora da saga de Tolkien, a palavra morðor, em inglês antigo, significa "pecado mortal" ou "assassino”.

A dura comparação de Poroshenko logo repercutiu de forma negativa em Donetsk. Em resposta à acusação, o vice-presidente do conselho popular da autoproclamada república para política exterior e relações internacionais, Vladislav Brig, ridicularizou as palavras do presidente ucraniano.

“Pelo visto, o senhor Poroshenko não leu Tolkien direito. Ali, é de Mordor que saem exércitos para tomar terras vizinhas, e não o contrário. Portanto, chamar de Mordor de uma região história que supera em pelo menos 150 anos o termo “Ucrânia”, é, no mínimo, uma burrice” – declarou Brig em entrevista à estação de rádio “Fala Moscou”.

Anteriormente, o ex-presidente da Ucrânia, Leonid Kravchuk chegou a declarar que o território das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk deveria ser “cortado” do resto do país e que Kiev deveria interromper todas as relações econômicas, políticas e sociais com Donbass.

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Em novembro de 2014 Poroshenko assinou um documento intitulado “decreto sobre bloquei econômico”, retirando de Donbass todo tipo de instituição estatal vinculado à Kiev, como bancos e até presídios. Em seguida, o Serviço de Segurança da Ucrânia impôs novas regras rígidas para cruzar a fronteira com a região, impedindo a entrada de alimentos e medicamento nos territórios de Donetsk e Lugansk, e proibindo a circulação de transportes públicos.

Observadores da OSCE já destacaram diversas vezes em seus relatórios que o bloqueio econômico e de transporte conduz a região à uma catástrofe humanitária, e fizeram um apelo para que o mesmo fosse levantado. A retirada desse bloqueio, é um pontos obrigatório do conjunto de medidas assinado em 12 de fevereiro pelo grupo de contato responsável pela regulação da situação em Donbass.

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Em fevereiro de 2014 um golpe de Estado em Kiev promoveu a troca de poder na Ucrânia. Preocupadas com a política das novas autoridades do país, as populações das regiões de Donetsk e Luganks, no sudeste do país, e que juntas formam a região de Donbass, rejeitaram a legitimidade do novo gabinete em Kiev. Em meados de abril de 2014, a Ucrânia deu início a uma operação militar para reprimir de forma violenta os ânimos independentistas.

A fim de buscar uma solução para o conflito, em 12 de fevereiro de 2015 representantes da Alemanha, Rússia, França e Ucrânia se reuniram na capital da Bielorrússia e determinaram a retirada de tropas e o cessar-fogo completo em Donbass, através da assinatura dos chamados Acordos de Minsk. Representantes de Donetsk e Lugansk, no entanto, têm repetidamente declarado que Kiev viola os acordos.

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