“A Ucrânia sempre existiu, existe e existirá. Já a Novorússia [denominação informal dada às autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Luganks, em Donbass] – é um mito de Tolkien chamado de Mordor” – escreveu Poroshenko em seu Twitter particular.
Україна була, є і буде. А Новоросія - це Толкієнівський міф під назвою Мордор. #МаршНезалежності pic.twitter.com/kigXZPPfZJ
— Петро Порошенко (@poroshenko) August 24, 2015
A dura comparação de Poroshenko logo repercutiu de forma negativa em Donetsk. Em resposta à acusação, o vice-presidente do conselho popular da autoproclamada república para política exterior e relações internacionais, Vladislav Brig, ridicularizou as palavras do presidente ucraniano.
“Pelo visto, o senhor Poroshenko não leu Tolkien direito. Ali, é de Mordor que saem exércitos para tomar terras vizinhas, e não o contrário. Portanto, chamar de Mordor de uma região história que supera em pelo menos 150 anos o termo “Ucrânia”, é, no mínimo, uma burrice” – declarou Brig em entrevista à estação de rádio “Fala Moscou”.
Anteriormente, o ex-presidente da Ucrânia, Leonid Kravchuk chegou a declarar que o território das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk deveria ser “cortado” do resto do país e que Kiev deveria interromper todas as relações econômicas, políticas e sociais com Donbass.
Observadores da OSCE já destacaram diversas vezes em seus relatórios que o bloqueio econômico e de transporte conduz a região à uma catástrofe humanitária, e fizeram um apelo para que o mesmo fosse levantado. A retirada desse bloqueio, é um pontos obrigatório do conjunto de medidas assinado em 12 de fevereiro pelo grupo de contato responsável pela regulação da situação em Donbass.
A fim de buscar uma solução para o conflito, em 12 de fevereiro de 2015 representantes da Alemanha, Rússia, França e Ucrânia se reuniram na capital da Bielorrússia e determinaram a retirada de tropas e o cessar-fogo completo em Donbass, através da assinatura dos chamados Acordos de Minsk. Representantes de Donetsk e Lugansk, no entanto, têm repetidamente declarado que Kiev viola os acordos.