Opinião: China não pode ser culpada pela queda nas bolsas de valores

© AFP 2023 / Stan HONDAEspecialistas da Bolsa de Valores, 3 de julho, 2013, Nova York
Especialistas da Bolsa de Valores, 3 de julho, 2013, Nova York - Sputnik Brasil
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Todos estamos no mesmo barco quando se trata do sistema financeiro global. Especialistas entrevistados pela Sputnik para saber quanto tempo e em que ritmos os índices chineses continuarão a cair estão de acordo que uma “reação em cadeia” é inevitável.

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Em 25 de agosto o índice principal da Bolsa de Valores de Xangai, o Shanghai Composite Index, ultrapassou a marca “psicológica” de 3000. No final do dia, as ações perderam mais 7,63% depois da queda na segunda-feira (24) que foi de 8,6% — um recorde desde 2007. 

Além disso, o Shenzhen Composite Index caiu 7,09%, quase tanto como na segunda-feira. Tal como ontem, a queda influiu sobre principais bolsas de valores asiáticas – do Japão, Singapura, Índia. 

Yakov Berger, especialista do Instituto do Extremo Oriente, diz que é difícil prever a situação futura porque estão envolvidos muitos fatores econômicos e políticos. O governo utiliza uma parte dos instrumentos para estabilizar o mercado. Por exemplo, é permitido usar dinheiro do Fundo de Pensões, mas isto pode ser insuficiente. 

Nikita Maslennikov do Instituto russo de Desenvolvimento Contemporâneo está de acordo e falou sobre a possibilidade do Banco Popular da China de influenciar a situação:

“O banco tem reservas para tais ações. É precisa determinação aqui, mas, na verdade, as autoridades financeiras chinesas são muito limitadas. Temos que entender isso e respeitar aquilo que eles tentam fazer nas circunstâncias tão duras… Nos acontecimentos dos últimos meses nos mercados de Xangai e Shenzhen estão envolvidos dezenas de milhões de chineses”, disse o especialista, destacando que a queda não parará rapidamente porque muitos elementos do sistema financeiro chinês são frágeis e desequilibrados. 

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Outro especialista, Aleksandr Salitsky, professor do Instituto de Economia Mundial e Relações Internacionais, considera que é preciso esperar um pouco e não exagerar o impacto chinês sobre a economia global:

“Na verdade /estas quedas/, são uma coisa habitual que não tocam fortemente a economia chinesa – a produção se desenvolve bastante bem”.

No entanto, o professor opina que a queda dos índices nas Bolsas de Valores de Xangai e Shenzhen tem origem na globalização financeira:

“A falha da globalização financeira é que a China, em geral, ‘digerirá’ facilmente os acontecimentos que em outros países podem ser mais dramáticos, pesados e trágicos. Talvez esteja na hora de discutir o assunto nos fóruns, incluindo o G20”.

As quedas nos mercados financeiros chineses ocorreram quando falta menos de um mês para a visita do líder chinês Xi Jinping aos EUA. Claro que o tema estará na agenda das negociações com o presidente Barack Obama. 

No entanto, não podemos politizar o assunto e culpar as autoridades chinesas por elas não terem tomado em consideração as recomendações da Casa Branca quanto ao câmbio do yuan. Esta linha já é visível no Ocidente, mas economistas norte-americanos e europeus que estão politizando a matéria se esquecem de que a China nunca pode ser pressionada diretamente e sempre se comporta de acordo com os seus interesses.

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