Além disso, o Shenzhen Composite Index caiu 7,09%, quase tanto como na segunda-feira. Tal como ontem, a queda influiu sobre principais bolsas de valores asiáticas – do Japão, Singapura, Índia.
Yakov Berger, especialista do Instituto do Extremo Oriente, diz que é difícil prever a situação futura porque estão envolvidos muitos fatores econômicos e políticos. O governo utiliza uma parte dos instrumentos para estabilizar o mercado. Por exemplo, é permitido usar dinheiro do Fundo de Pensões, mas isto pode ser insuficiente.
Nikita Maslennikov do Instituto russo de Desenvolvimento Contemporâneo está de acordo e falou sobre a possibilidade do Banco Popular da China de influenciar a situação:
“O banco tem reservas para tais ações. É precisa determinação aqui, mas, na verdade, as autoridades financeiras chinesas são muito limitadas. Temos que entender isso e respeitar aquilo que eles tentam fazer nas circunstâncias tão duras… Nos acontecimentos dos últimos meses nos mercados de Xangai e Shenzhen estão envolvidos dezenas de milhões de chineses”, disse o especialista, destacando que a queda não parará rapidamente porque muitos elementos do sistema financeiro chinês são frágeis e desequilibrados.
“Na verdade /estas quedas/, são uma coisa habitual que não tocam fortemente a economia chinesa – a produção se desenvolve bastante bem”.
No entanto, o professor opina que a queda dos índices nas Bolsas de Valores de Xangai e Shenzhen tem origem na globalização financeira:
“A falha da globalização financeira é que a China, em geral, ‘digerirá’ facilmente os acontecimentos que em outros países podem ser mais dramáticos, pesados e trágicos. Talvez esteja na hora de discutir o assunto nos fóruns, incluindo o G20”.
As quedas nos mercados financeiros chineses ocorreram quando falta menos de um mês para a visita do líder chinês Xi Jinping aos EUA. Claro que o tema estará na agenda das negociações com o presidente Barack Obama.
No entanto, não podemos politizar o assunto e culpar as autoridades chinesas por elas não terem tomado em consideração as recomendações da Casa Branca quanto ao câmbio do yuan. Esta linha já é visível no Ocidente, mas economistas norte-americanos e europeus que estão politizando a matéria se esquecem de que a China nunca pode ser pressionada diretamente e sempre se comporta de acordo com os seus interesses.