A diminuição dos investimentos, em conjunto com a queda do preço de petróleo, exerce uma pressão negativa sobre a economia norueguesa. Em junho de 2015 as exportações norueguesas de petróleo diminuíram a 9,7%. A empresa Statoil reduziu o seu pessoal em mais de 20 mil funcionários.
"Se o preço do petróleo se mantiver baixo, a situação na Noruega vai se agravar. Já se nota que a taxa de desemprego começou a aumentar", comentou a situação Claes Måhlén, perito de desenvolvimento estratégico no banco Handelsbanken para o jornal sueco Dagens Nyheter.
Primeiramente o desemprego subiu nas regiões petrolíferas, nas comunas de Rogaland e Hordaland. No total, em todo o país um em cada nove habitantes em idade ativa trabalha na indústria petrolífera.
O preço do petróleo continua a baixar a cotação da moeda norueguesa, o que vai ter consequências para todos os países da região escandinava. Pela primeira vez nos últimos 23 anos, a coroa norueguesa se tornou mais barata que a sueca.
"No futuro provavelmente vamos ter uma queda ainda maior da coroa norueguesa ", diz Claes Måhlén.
Os analistas do banco Swedbank estão de acordo com ele. "A economia da Noruega depende muito do preço do petróleo, que recentemente caiu bruscamente. Consideramos que a coroa norueguesa continua enfraquecendo, entretanto é difícil adivinhar até que nível o preço de petróleo pode baixar, diz Anders Eklöf, analista do Swedbank, segundo as informações do Dagens Nyheter.
Para o resto dos países escandinavos, a queda da moeda norueguesa é mais negativa que positiva.
Há dois aspetos negativos mais evidentes. A Noruega é um parceiro comercial muito importante dos seus vizinhos e, se a coroa norueguesa continuar caindo, isso vai afetar o comércio entre os países escandinavos, em primeiro lugar, as exportações da Suécia e da Dinamarca. Além disso, o comércio fronteiriço vai ser afetado.
Enquanto a situação na economia norueguesa se agrava, por exemplo, os suecos que tradicionalmente aspiram a trabalhar na Noruega vão ter mais dificuldades em arranjar emprego.
Ao mesmo tempo, o ministro do Petróleo e Energia norueguês Tord Lien opina que não há razões para ficar preocupados.
"Surgiram capacidades excedentes de extrair e exportar e, tendo em conta o preço do petróleo atual, o fornecimento vai baixar. Sem dúvida, 40 dólares por barril é um nível instável a curto e longo prazo. Não há razões para pensar que o preço do petróleo se vai manter ao nível de 55 dólares por barril mas devemos nos adaptar ao preço do petróleo baixo. Para a Noruega é importante fazer correções e se preparar para cotações mais baixas das a que nos habituamos", afirmou o ministro em entrevista a Bloomberg.
O preço do petróleo pode subir: OPEP, tal como em períodos anteriores, pode tentar reduzir a produção desta matéria-prima. Mas, por exemplo, o Irã que por muitos anos devido às sanções não podia exportar petróleo, após o levantamento das sanções busca recuperar suas antigas posições no mercado petrolífero.
Os preços do "ouro negro", entretanto, continuam caindo. De acordo com os dados da agência Bloomberg Commodity Index, que leva em consideração as cotações das 22 principais commodities, o custo das matérias-primas caiu na segunda-feira, 24 de agosto, para seu nível mais baixo nos últimos 16 anos. Ao mesmo tempo Zanganeh acrescentou que o Irã vai fazer a produção aumentar 500 barris por dia, logo que as sanções sejam removidas.