Esta opinião foi exprimida à Sputnik pelo especialista militar da Itália e chefe-redator da revista especializada Analise de Defesa (Analisi Difesa, em italiano) Gianandrea Gaiani.
Lembramos que os F-22 neste momento são os únicos caças de quinta geração no mundo que estão sendo usados no exército. Neste momento estas aeronaves realizam missões no Oriente Médio contra militantes do Estado Islâmico, mas os EUA anunciaram intenções de instalar em breve os F-22 na Europa para conter a suposta ameaça russa. Estes aviões são a perla da Força Aérea americana e a instalação deles perto da Rússia é um sinal claro de ameaça.
Em primeiro lugar, o especialista em assuntos militares diz que não acredita que haja uma Europa homogênea e consolidada:
“Não há Europa unida, começaremos com isso. Há elementos separados dela o que mostrou-se de maneira clara na economia e finanças durante a crise grega. A Europa não existe no plano político e social, o que é provado pela crise migratória, nem no plano estratégico e militar – isso é provado pela crise ucraniana”.
“Há países do antigo tratado de Varsóvia que se preocupam com a ameaça russa por causa das analogias históricas do confronto entre a Rússia e a Alemanha”.
Por outro lado, opina o especialista, também existe a Europa Ocidental (França, Alemanha e Itália como exemplos) que sonham com o reconhecimento das relações com a Rússia sem embargo e sanções.
“Mas estes países não têm a vontade política para se opor aos EUA, e nós devíamos fazer isso porque os EUA já não têm interesses comuns com a Europa”, continua Gianandrea Gaiani.
Cada país Europeu tenta jogar nos seus próprios jogos e parecer um amigo dos EUA, mas seguir os seus interesses com a Rússia”, conclui o analista.
Luta contra o Estado Islâmico
Gaiani confessa que não vê vontade de combater o Estado islâmico por parte dos EUA.
“É engraçado que eles instalam os F-22 na Europa para luta contra qualquer avião russo que sobrevoou a Lituânia em algum lugar e jogam na Guerra Fria. Seria preciso aumentar o número destes aviões no oriente Médio para combater o Estado Islâmico, é preciso recomeçar bombardeamentos contra o Estado Islâmico na Líbia, em Sirte, onde está se criando mais um ‘estado islâmico’”, opina.
“Eles [os EUA] querem convencer-nos que os nosso inimigos são os russos”, manifesta Gaiani.
“Ao contrário do Ocidente, a Rússia quer incluir na luta os países que realmente lutam contra o EI – o governo da Síria e do Iraque. Os russo seriam parceiros ideias não porque são melhor de que os americanos, mas sim porque a Rússia realiza que o Estado Islâmico não irá parar no Oriente Médio, irá fomentar jihadistas nas repúblicas ex-sovíeticas da Ásia Central e nas repúblicas russas do Cáucaso”.
“A Rússia, como nós, está na frente da luta contra o Estado Islâmico e está nos nossos interesses comuns pará-lo. Os EUA ficam demasiado longe e têm interesses diferentes”.