A parada será realizada em 3 de setembro e contará com a participação de vários líderes estrangeiros, mas não do líder norte-americano. O porta-voz de Barack Obama declarou no briefing na segunda-feira (31) que nada sabe sobre o plano do presidente chinês, Xi Jinping, de celebrar a data.
Mas a declaração denota malícia ou falta de vontade de discutir o tema. O evento que reunirá cerca de 30 líderes mundiais não pode simplesmente passar despercebido pelo presidente dos EUA. Especialmente tendo em conta o fato de que o presidente russo, Vladimir Putin, visitará a China não só para participar das celebrações, mas também para realizar reuniões importantes para a política internacional e regional.
Será que Obama não informou o seu porta-voz de que instou os aliados na Europa Ocidental, Japão e Coreia do Sul a ignorarem as celebrações em Pequim? É pouco provável.
Durante a visita entre 28 e 29 de agosto do “braço direito” do presidente norte-americano, quer dizer a conselheira de Segurança Nacional Susan Rice, a funcionária discutiu a questão da parada com vários altos funcionários chineses, inclusive com o chefe do Estado, Xi Jinping.
“É claro que a China convidou os Estados Unidos para participar nas celebrações. Mas sabemos da agenda densa do presidente norte-americano e que ele poderia não ir. O presidente chinês, Xi Jinping, visitará os EUA nos finais de setembro. Nas palavras do porta-voz do presidente norte-americano sente-se arrogância, mas, no fundo, é ainda uma maneira de fugir da pergunta.”
Tal como aconteceu na Parada da Vitória na Praça Vermelha, realizada em 9 de maio em Moscou para comemorar a Grande Vitória na Segunda Guerra Mundial, os EUA ficam fora das celebrações. O especialista russo, chefe do Centro de Pesquisas Coreanas do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências russa, Aleksandr Vorontsov, disse à Sputnik:
“Mais uma data da Segunda Guerra Mundial tornou-se um exemplo das atitudes das grandes potências em relação à História. O fato de que vários líderes ocidentais ignoraram a convite de ir a Moscou em 9 de maio, primeiramente os EUA e o Japão, gerou muitas críticas no próprio Ocidente. Muitos criticaram o fato de que as divergências atuais é uma coisa, mas os acontecimentos do passado e a verdade histórica é outra. Especialmente no que se refere a uma data histórica tão importante, quando o futuro do mundo foi decidido. Mas, infelizmente, a história parece se repetir com as celebrações de Pequim.”
Barack Obama não foi a Moscou e pediu aos seus parceiros ocidentais para fazer o mesmo por causa da situação na Ucrânia. Os líderes ocidentais não vão a Pequim porque não querem irritar o Japão uma vez mais e indicar com a sua presença na parada militar que reconhecem a crescente confiança chinesa no seu poder econômico e militar.
Entretanto, Moscou e Pequim comemoram em conjunto as datas de 9 de maio e 3 de setembro. Vão mostrar pela segunda vez que são unidos na sua avaliação dos resultados da Segunda Guerra Mundial e que têm a mesma atitude negativa em relação às várias tentativas de falsear a História.