“Isso não vem ocorrendo somente agora”, diz a especialista. “Desde o Governo Chávez, quando ele assumiu em 1999, houve várias medidas políticas por parte da Venezuela, sendo tomadas na tentativa de isolar os EUA do subcontinente sul-americano, ou da própria América Latina e do Caribe.”
Além da Rússia, Flávia ressalta que o Equador e a Bolívia também seguem firmes com a parceria com a Venezuela diante da interferência norte-americana.
“Rafael Correa e Evo Morales estão aí sempre se solidarizando com as políticas venezuelanas, em relação à tentativa de deixar os EUA um pouco fora do continente. Isso pôde ser visto naquela crise entre a Venezuela e a Colômbia, em 2008, quando forças militares do Governo colombiano entraram no território do Equador para combater uma frente das FARC. Houve uma solidariedade muito grande entre os três países – Equador, Bolívia e Venezuela. Isso se viu também quando os embaixadores da Venezuela e dos EUA foram temporariamente retirados de seus postos, e a Bolívia também se solidarizou com Caracas.”
“Quando a Venezuela se volta para a Ásia, vê-se toda essa tentativa de análise de que os EUA não são bem-vindos por esses países, principalmente da ALBA [Aliança Bolivariana dos Povos da Nossa América], mais esquerdistas, e países que se solidarizam com a Venezuela. Mas as relações comerciais também se acentuam por conta dessa questão de ser a Ásia um continente promissor nesse sentido. A China tem muito a oferecer para a Venezuela; a Rússia também. A terça parte da produção diária de petróleo da Venezuela é vendida para a China. O Oriente tem muito a oferecer à Venezuela, e vice-versa.”