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Venezuela busca na Ásia futuro comercial contra embargo norte-americano

© REUTERS / Parker SongPresidente da China, Xi Jinping, recebe o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
Presidente da China, Xi Jinping, recebe o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro - Sputnik Brasil
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Com anos de parceria venezuelana com a Rússia, principalmente nas áreas militar e de energia, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, está realizando uma viagem pela Ásia com o objetivo de intensificar as parcerias comerciais com países asiáticos como a China, e o Vietnã.

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Para a professora do Curso de Defesa e Gestão Estratégica Internacional da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Flávia Seidel, a viagem de Maduro é uma forma de fugir das restrições impostas pelos Estados Unidos.

“Isso não vem ocorrendo somente agora”, diz a especialista. “Desde o Governo Chávez, quando ele assumiu em 1999, houve várias medidas políticas por parte da Venezuela, sendo tomadas na tentativa de isolar os EUA do subcontinente sul-americano, ou da própria América Latina e do Caribe.”

Além da Rússia, Flávia ressalta que o Equador e a Bolívia também seguem firmes com a parceria com a Venezuela diante da interferência norte-americana.

“Rafael Correa e Evo Morales estão aí sempre se solidarizando com as políticas venezuelanas, em relação à tentativa de deixar os EUA um pouco fora do continente. Isso pôde ser visto naquela crise entre a Venezuela e a Colômbia, em 2008, quando forças militares do Governo colombiano entraram no território do Equador para combater uma frente das FARC. Houve uma solidariedade muito grande entre os três países – Equador, Bolívia e Venezuela. Isso se viu também quando os embaixadores da Venezuela e dos EUA foram temporariamente retirados de seus postos, e a Bolívia também se solidarizou com Caracas.”

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Para a especialista em Estratégia Internacional, quando a Venezuela e outros países da América do Sul buscam a Ásia, isso pode sinalizar que os países asiáticos se tornem um caminho para o futuro econômico, em detrimento dos Estados Unidos.

“Quando a Venezuela se volta para a Ásia, vê-se toda essa tentativa de análise de que os EUA não são bem-vindos por esses países, principalmente da ALBA [Aliança Bolivariana dos Povos da Nossa América], mais esquerdistas, e países que se solidarizam com a Venezuela. Mas as relações comerciais também se acentuam por conta dessa questão de ser a Ásia um continente promissor nesse sentido. A China tem muito a oferecer para a Venezuela; a Rússia também. A terça parte da produção diária de petróleo da Venezuela é vendida para a China. O Oriente tem muito a oferecer à Venezuela, e vice-versa.”

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