Porém, o ex-deputado do maior partido oposicionista turco, o Partido Popular-Republicano, e ex-embaixador Onur Oymen não concorda com as declarações de Erdogan sobre “a necessidade de tomar todas as medidas para derrubar o regime ditatorial na Síria”.
“No mundo moderno existem muitos países com tipo de governo autoritário. É possível criticar e censurá-los. Mas apoiar grupos armados para derrubar governos num país é uma estratégia que viola as normas de direito internacional e contradiz os fundamentos modernos de estadismo. A raiz do problema consiste exatamente nisso. Nós dizemos ‘que a Turquia esteja fora de quaisquer conflitos’. Fechem as suas fronteiras, eliminem todas as possibilidades de os terroristas passearem através do seu território e tomem a posição neutra em relação aos conflitos internos nos países vizinhos. Desde os tempos de criação da República Turca até os tempos recentes seguimos estritamente o princípio de não envolvimento nos assuntos internos dos outros países. Mas agora afastamo-nos deste princípio. E a Turquia neste momento está pagando por este erro tático de política externa”, opina.
“Talvez se a Síria e o Irã não estivessem ligados por tal colaboração, o Ocidente não criticasse Assad de maneira tão aguda”.
“Seja de que maneira for, neste momento a Síria é representada pelo governo legítimo. Gostemos dele ou não, vocês não têm direito de derrubá-lo de maneira violenta com uso de armas. Este é um momento-chave. O ministro do Exterior russo senhor Lavrov deu uma contribuição significativa para a assinatura do Acordo de Genebra, mas agora quase ninguém se lembra dele. Entretanto este documento contém a base para a solução política do problema. Os americanos, por um lado, falam da necessidade de diálogo político e, por outro lado, treinam e equipam com armas as forças que visam derrubar pela violência o governo legítimo da Síria. Nisso consiste a contradição principal das relações internacionais sobre a questão da crise síria neste momento. ”
O ex-deputado apoiou a crítica de Erdogan em relação aos países ocidentais, que não fazem o suficiente para resolver o problema dos refugiados:
A Síria está envolvida em uma guerra civil desde março de 2011. O governo de Bashar Assad luta contra vários grupos rebeldes e organizações paramilitares, incluindo a Frente al-Nusra e o grupo terrorista Estado Islâmico, proibido na Rússia.