A GFCC (Federação Global dos Conselhos de Competitividade) é uma entidade sediada em Washington, EUA.
A seguir, a entrevista exclusiva concedida à Sputnik Brasil por Roberto Alvarez.
Sputnik: Em que consistiu sua participação no Fórum Econômico do Oriente Russo?
Roberto dos Reis Alvarez: Eu fui a Vladivostok como representante da GFCC, convidado pela organização do evento, e tive oportunidade de participar de diferentes sessões. Moderei uma sessão sobre Zonas Econômicas Especiais, um tema importante no mundo, um tema que a Rússia pretende desenvolver para o Oriente e do qual existem vários exemplos relevantes na Ásia. Tive oportunidade de moderar uma sessão que incluiu representantes do Governo russo, de empresas russas e de vários países da região – Coreia, Japão, Filipinas –, apresentando alguns de seus casos. Além disso, tive oportunidade de participar como um dos painelistas na mesa, no painel principal de abertura da conferência, logo após a fala do Presidente Putin. Eu tive a satisfação de me juntar a outros painelistas sob a moderação do Senhor Herman Gref, CEO e Chairman do Sberbank na Rússia, um importante líder do país, onde nós discutimos competitividade, aquilo que está sendo feito na parte oriental da Rússia. No meu caso, foi uma contribuição a partir de algumas referências internacionais com a experiência da GFCC, de alguns dos nossos membros. E por fim participei, no dia 5, de um dos painéis de fechamento em conjunto com governadores de nove territórios da Rússia, com o ministro para o Desenvolvimento Aleksander Galushka e outros líderes russos.
S: O que o senhor observou durante o Fórum? A preocupação da Rússia é de fato desenvolver sua região do Extremo Oriente?
RRA: Esta preocupação é evidente. O mundo presta muita atenção na Ásia-Pacífico, e a Rússia faz parte deste movimento. O Fórum teve participação muito grande de lideranças empresariais e governamentais de vários países da Ásia, e neste sentido foi uma iniciativa muito importante. Tratou-se do primeiro Fórum Econômico realizado em Vladivostok, um evento de grande envergadura, muito exitoso. Fiquei particularmente surpreso com a profundidade das discussões, a clareza, a abertura dos debates realizados sobre diferentes temas. Uma iniciativa muito promissora.
S: O que o senhor destacaria na fala do Presidente Vladimir Putin?
RRA: O Presidente Putin colocou duas questões principais, que estão na agenda mundial. A primeira delas está ligada à criação de novas formas de relacionamento entre o setor público e o privado. No caso específico da Rússia, a questão dos territórios especiais de desenvolvimento econômico, o porto de Vladivostok, trata de criar regimes jurídicos, formas de interação especiais entre o setor privado e o público. O segundo ponto também está na agenda de vários países e diz respeito à construção de uma economia do conhecimento. A grande questão hoje posta para os diferentes países é como fazer uma trajetória de competitividade que pode se iniciar baseada em recursos naturais, pode se iniciar baseada em fatores de produção competitivos, energia a bons preços mundiais, capital a bons preços, mas que cada vez mais a longo prazo migrem para uma trajetória de competitividade baseada em conhecimento, inovação, diferenciação, criação de valor. Foram dois pontos importantes, e eles estão sendo, de alguma forma, endereçados àquelas que são as iniciativas empreendidas no Leste da Rússia.