“Dilma finalmente chegou ao final da queda da sua popularidade, tendo em vista os pacotes de ajuste fiscal, aumento de impostos e aumento de juros, que são medidas extremamente impopulares — e que já haviam sido anunciadas quando a pesquisa foi realizada”, disse Eduardo Barbabela, pesquisador do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Política do IESP-UERJ (Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro), em entrevista à Sputnik.
De acordo com Barbabela, é improvável que nos próximos meses as taxas de aprovação da presidenta caiam abaixo de 10%, ou que o seu índice de reprovação ultrapasse a média de 70% a 75%.
Apesar do prognóstico, segundo o analista político, a iminente reforma ministerial e o novo acordo do governo com o PMDB (que aumenta sua presença na liderança dos ministérios) podem trazer alguma mudança no quadro de popularidade da presidenta.
“É possível que Dilma comece a fazer esse governo andar e, finalmente, a demonstrar aos seus eleitores se valeu a pena ela ter sido reeleita”, opinou Barbabela.
Entre as alterações previstas, destaca-se a saída do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro. Ele será substituído por Aloizio Mercadante, que, por sua vez, cede lugar a Jaques Wagner na Casa Civil. De acordo com o pesquisador do IESP, esta última troca é importante e oferece uma possibilidade de melhora nas relações entre a presidenta e sua base de aliados.
“Jaques Wagner tem um trânsito melhor com o PMDB e, mais do que isso, com a própria base [do PT]”, observou.
Por fim, Barbabela também acredita que a reforma ministerial enfraquecerá ainda mais os movimentos da oposição pelo impeachment da presidenta, na medida em que ela trará novamente boa parte da Câmara para o governo, e principalmente os aliados do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani. “Com isso, ela diminui bastante a margem de manobra dos favoráveis ao impeachment”, disse o analista.
O levantamento do Ibope, encomendado pela Confederação Nacional de Indústria, foi realizado entre os dias 18 e 21 de setembro e ouviu 2.002 pessoas em 140 municípios.