Mamute 2.0 - Expedição ártica encontra restos clonáveis do animal extinto

© REUTERS / Era do Gelo (2012), LLCMamutes lanosos (ilustração - cortesia da Giant Screen Films)
Mamutes lanosos (ilustração - cortesia da Giant Screen Films) - Sputnik Brasil
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Uma expedição científica às Ilhas Lyakhovsky, na costa da Sibéria, descobriu restos clonáveis de pele e presas de marfim de um mamute lanoso – última espécie de mamute a se adaptar às regiões árticas.

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A expedição exploratória internacional, liderada por cientistas da Universidade Federal do Nordeste da Rússia (UFN), em Yakutsk, foi realizada em duas etapas entre os dias 11 de agosto e 29 de setembro, segundo explicou Semyon Grigoriev, líder da equipe de exploradores e diretor do Museu Lazarev do Mamute, em uma conferência de imprensa na quarta-feira (7). 

De acordo com o cientista, a equipe encontrou seis espécimes de fósseis de mamute lanoso adequados para a extração de DNA.

"As Ilhas Lyakhovsky são consideradas o continente dos mamutes", disse Grigoriev, explicando a escolha do local para as explorações.

"Para começar, ao lado de arqueólogos nós realizamos uma escavação na localização mais ao norte onde o homem antigo viveu, não muito longe da aldeia de Kazachye onde encontramos uma enorme quantidade de ossos de mamute, e também de ferramentas antigas", relatou o cientista russo.

© Wikimedia Commons Mapa das Ilhas Lyakhovsky
Mapa das Ilhas Lyakhovsky - Sputnik Brasil
Mapa das Ilhas Lyakhovsky

"Então, depois de esperar um longo tempo pelas condições climáticas certas, seguimos para o principal alvo da nossa expedição, a Grande Ilha Lyakhovsky, onde encontramos uma grande quantidade de restos únicos", continuou Grigoriev, citando amostras de pele e dentes da espécie extinta.

"A pele é o mais interessante para nós, para o nosso projeto ‘Renascimento do Mamute’, porque os nossos colegas coreanos consideram a pele como o melhor material para uma tentativa de clonagem através da extração de células viáveis", explicou o cientista. 

A expedição da UFN, batizada de “Ecúmeno Nordeste”, envolveu 16 pesquisadores de seis países e foi possível graças a uma doação de dois milhões de rublos oferecida pela Sociedade Geográfica Russa.

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"Consideramos a expedição um sucesso; afinal, a partir de aparentes pequenas expedições, grandes descobertas científicas podem ser feitas", concluiu Grigorev, cuja equipe está agora se unindo a pesquisadores coreanos para analisar os restos do mamute em busca de células primárias bem conservadas, viáveis para a clonagem

Um acordo de cooperação foi assinado em 201 entre a administração do Museu Lazarev do Mamute, sob a tutela do Instituto da Ecologia Aplicada do Norte, da UFN, e a fundação sul-coreana Soam, de pesquisa biotecnológica,  dentro do projeto "Renascimento do Mamute".

© Sputnik / Aleksey NikolskyiPresidente da Rússia, Vladimir Putin, discute com cientistas o problema da clonagem de animais extintos durante visita ao Museu Lazarev do Mamute em setembro de 2014.
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, discute com cientistas o problema da clonagem de animais extintos durante visita ao Museu Lazarev do Mamute em setembro de 2014. - Sputnik Brasil
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, discute com cientistas o problema da clonagem de animais extintos durante visita ao Museu Lazarev do Mamute em setembro de 2014.

O animal se tornou uma espécie de símbolo nacional da Rússia, devido à grande quantidade de fósseis encontrada no subsolo do país. Os cientistas já elaboraram o mapa genético da espécie e esperam poder criar um cromossomo vivo do mamífero extinto depois de algumas modificações com base no DNA do elefante asiático. Se bem sucedido, o resultado da experiência poderia ser implantado no óvulo de uma elefante fêmea para ser fecundado. 

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A ideia soa como ficção para muita gente, inclusive para grande parte da comunidade científica, que se mantém cética quanto à capacidade tecnológica de que dispomos atualmente para bancar uma experiência desse porte. Apesar de tudo, se os entusiastas da clonagem na UFN estiverem certos, imagine o quadro: daqui a alguns anos ou décadas, talvez, poderíamos ver manadas de mamutes desbravando novamente a Sibéria. 

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