Os EUA sabiam dos planos da Rússia de prestar ajuda militar ao presidente sírio Bashar Assad e, por isso, a operação da aviação russa contra o grupo terrorista Estado Islâmico não foi surpresa para Washington, declarou Barack Obama na entrevista ao canal de TV norte-americano CBS.
"Temos serviços secretos bastante bons. Vigiamos… Nós sabíamos que ele (o presidente russo Vladimir Putin – ed.) pretendia prestar ajuda militar, de que Assad necessitava, porque eles (russos – ed.) estavam preocupados com o possível colapso do regime."
A declaração foi feita em resposta à questão de um jornalista de programa 60 Minutes se ele sabia sobre as intenções do presidente russo durante a recente reunião com ele em Nova York.
"Enquanto Assad continuar no poder, é muito difícil forçar o povo a se concentrar na luta contra o EI", declarou.
Não obstante, Barack Obama admitiu o fracasso do programa dos EUA de treinamento da oposição síria, quando o jornalista de CBS notou que no programa existem "falhas claras" e que os seus resultados são uma "vergonha".
Desde 30 de setembro último, a pedido do presidente sírio Bashar Assad, a Rússia iniciou ataques localizados contra as posições do Estado Islâmico na Síria, usando aviões Su-25, bombardeiros Su-24M, Su-34, protegidos por caças Su-30SM.
Segundo os dados mais recentes, as Forças Aeroespaciais russas realizaram, desde o início da operação, cerca de 140 missões contra as posições dos terroristas, nomeadamente postos de comando, campos de treinamento e arsenais. Além disso, os navios da Frota do Mar Cáspio lançaram 26 mísseis de cruzeiro contra os territórios controlados pelos jihadistas. A precisão de ataque é de cerca de 5 metros.
Os alvos dos ataques são estabelecidos com base nos dados de reconhecimento russo, sírio, iraquiano e iraniano. O embaixador sírio na Rússia, Riad Haddad, confirmou que as missões aéreas são realizadas contra organizações terroristas armadas, e não contra grupos da oposição política ou civis. Além disso, segundo ele, em resultado da operação da Força Aérea russa, já foi destruída cerca de 40% da infraestrutura do Estado Islâmico.