Na sua opinião, é preciso avaliar o relatório em conjunto com as conclusões que foram tiradas pelos peritos da Almaz-Antey. Os documentos não se contradizem um ao outro, que é um bom sinal. Segundo Mukhin, isso significa que os peritos de dois lados praticamente chegaram à verdade.
“Em primeiro lugar, os holandeses, apesar da pressão evidente de Kiev, não incluíram no relatório a afirmação de que o míssil foi lançado do território sob o controle das milícias de Donbass. Em segundo lugar, o relatório contém informações sobre o papel das autoridades ucranianas, que não fecharam o espaço aéreo para a aviação civil. É muito importante porque isso faz com que a Ucrânia seja envolvida no processo de investigação não como o país que acusa e sofreu mas como o país cujas autoridades tomam decisões inadequadas”, afirmou Mukhin.
“Ou seja, o relatório holandês é um documento em que não há informações completas, que deixa espaço à imaginação“, afirmou.
Mukhin pensa que os métodos de realização da investigação são questionáveis. Por exemplo, no relatório os dados das caixas-negras não são claros, não há as conversas entre os controladores aéreos e a tripulação. Estas são evidências-chave que deveriam ter sido incluídas no relatório, mas não foram.
“Não acusaram a Rússia, como os EUA e a Ucrânia esperavam, mas, ao mesmo tempo, não deram a oportunidade de criticá-los por uma investigação incompleta, extremamente fragmentada e, dizendo abertamente, pouco profissional”.
Em 17 de julho de 2014, um avião da Malaysia Airlines que fazia o voo MH17 entre Amsterdã e Kuala Lumpur foi abatido no sudeste da Ucrânia, na região de Donbass. Todas as 298 pessoas a bordo da aeronave morreram no acidente. As forças de Kiev e os independentistas da região têm repetidamente se culpado pela tragédia.