Caleb conta, em New Eastern Outlook, que o desmantelamento da URSS, orquestrada pelos fantoches pró-ocidentais de Wall Street, no regime de Boris Yeltsin, teve conseqüências catastróficas para a Rússia e para os países vizinhos. Ele conta que ficaram oscilando à beira do caos econômico e político. “Este foi o momento em que Vladimir Putin apareceu para liderar o país.”
“Putin é absolutamente russo, e seu estilo de liderança lembra a história vibrante e original de seu país. No entanto, alguns aspectos-chaves de seu estilo de liderança não são estranhas para os EUA. Dois líderes, Abraham Lincoln e Franklin Delano Roosevelt, poderiam certamente serem descritos como ‘putinistas’, se tal coisa como o ‘Putinismo’ existe”, frisa Maupin.
Além disso, “entre 2007 e 2014, o Produto Interno Bruto da Rússia aumentou de US$ 764 bilhões para US$ 2,097 trilhões”, observou o analista. Em grande parte, com o mesmo espírito, em meados de 1800, Abraham Lincoln mobilizou o país para lutar contra os senhores de escravos e restaurar a ordem econômica e política.
“Tanto os oligarcas russos que se opõem a Putin e os senhores de escravos que se opuseram a Lincoln tinham um poderoso aliado: Wall Street”, comenta Caleb Maupin.
Como o líder russo, explica o analista, Abraham Lincoln não era um marxista ou um socialista, mas um grande crítico dos capitalistas que se recusaram e não estavam dispostos a arcar com o ônus da responsabilidade social e financeira. Por outro lado, o estilo de gestão de Putin tem muito em comum com a de Franklin Delano Roosevelt, o presidente 32 dos EUA.
“Em 1933, Franklin Delano Roosevelt assumiu o cargo, bem como Putin, com o seu país em um estado de ruína econômica, o recuperando dos efeitos da quebra de 1929 do mercado de ações. Como Putin, Roosevelt mobilizou o setor governamental para resgatar a economia. Roosevelt aprovou a Lei Glass-Steagall, impedindo que os banqueiros jogassem com o dinheiro de outras pessoas. Roosevelt começou a tributar fortemente as pessoas mais ricas dos EUA, usando os fundos para contratar os desempregados”, enfatiza Maupin.
Segundo Maupin, a realidade é que a classe dominante dos EUA não tem interesse em derrotar o Estado Islâmico. “O verdadeiro objetivo da política norte-americana na Síria, desde muito antes de 2011, tem sido sempre o de derrubar a República Árabe da Síria, um país estável, anti-imperialista e com uma economia fortemente planejada.”
Em contraste, a Rússia entrou em cena em resposta ao pedido oficial de Damasco e, portanto, o seu envolvimento nos assuntos sírios não pode ser chamado de “intervenção”. A Força Aérea da Rússia está ajudando o Exército sírio em batalhas contra terroristas estrangeiros, “importados para o seu país com a ajuda de Arábia Saudita, Jordânia, Turquia, Qatar, França, Grã-Bretanha e os EUA”, frisa o analista.
“Putin é um líder que está reunindo o mundo em torno da batalha para melhorar a vida das pessoas, derrotar o terrorismo e levantar-se diante de tanto mal, a elite rica bancária global”, explica Maupin.
Essas qualidades de liderança demonstrada por Vladimir Putin “não são estrangeiras” para os EUA, observou o jornalista, acrescentando que ele espera que essas qualidades emerjam na América de alguma forma, mais uma vez. “Outro líder do calibre de Roosevelt, Lincoln e Putin é desesperadamente necessário nos EUA.”