“Nós discutimos uma agenda bastante extensa relacionada com as nossas relações bilaterais, incluindo a questão dos curdos sírios. Em particular, o meu interlocutor no Ministério das Relações Exteriores turco expressou preocupação com os nossos contatos com o Partido de União Democrática (PYD) curdo que, na sua opinião, está ligada ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) proibido na Turquia", disse o embaixador.
Ele assegurou que os contatos internacionais russos nunca são dirigidos contra qualquer outro país e não representarão em caso algum uma ameaça aos interesses da Turquia»,
O embaixador destacou que a Rússia forneceu armas aos curdos iraquianos mas isto foi feito com o consenso e a pedido do governo central do Iraque. Todas as suas ações na Síria e Iraque a Rússia coordena com os governos destes países, assinala o embaixador.
“No encontro no Ministério das Relações Exteriores turco eu disse que nós entendemos a preocupação com que a Turquia trata o problema do terrorismo internacional. Mas o PYD e PKK não são considerados como organizações terroristas nem pela Rússia, nem pelo Conselho de Segurança da ONU. Falamos com os representantes dos curdos sírios da mesma maneira com que nos encontramos com representantes de outros grupos da oposição síria. Não temos contatos com o PKK, mas quanto ao PYD, o Ocidente também nos pede para que mantenhamos contatos com a oposição síria. Em Moscou decorreram duas reuniões com a participação dos seus líderes, influindo o líder do PYD, Salih Muslim», acrescentou o diplomata.
A preocupação da Turquia sobre o possível fornecimento de armas aos curdos tem origem no conflito armado que acontece entre a Turquia e vários grupos rebeldes curdos, que têm exigido a separação da Turquia para a criação de um Curdistão independente, ou a obtenção de maior autonomia e direitos políticos e culturais para os curdos em território turco. O principal grupo rebelde é o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) que é considerado uma organização terrorista pela Turquia.