Segundo Peskov, das negociações alargadas participaram altos dirigentes do Estado russo.
“As negociações foram bastante longas, o seu tema principal é bastante compreensível”, acrescentou.
“Naturalmente, as questões [foram sobre] a luta contra grupos terroristas extremistas, questões ligadas à continuação do apoio às ações ofensivas das Forças Armadas sírias”, explicou o porta-voz presidencial.
"Estamos prontos a fazer tudo o possível para combater o terrorismo na Síria, não só na área militar, mas também no processo político", manifestou o presidente russo Vladimir Putin durante o encontro.
Putin também agradeceu ao povo sírio pela sua contribuição para a luta contra o terrorismo. Ele sublinhou que a Rússia está preocupada pelo fato de pelo menos quatro mil militantes oriundos da ex-URSS lutarem ao lado de grupos terroristas na Síria.
“O povo sírio resistiu quase sozinho e lutou contra o terrorismo internacional por muitos anos, sofrendo perdas significativas mas, recentemente, também tem alcançado sérios resultados positivos nesta luta”, disse o líder russo.
A Rússia lançou a sua operação aérea contra grupos terroristas na Síria em 30 de setembro. Desde então, as Forças Armadas da Síria iniciaram uma série de ofensivas contra militantes do Estado Islâmico e outras organizações extremistas. Durante as negociações, Assad disse que qualquer ação militar também pressupõe medidas políticas adicionais para resolver a crise síria.
Sem ofensiva adicional terrestre
A Sputnik contatou vários especialistas internacionais para comentar o encontro de hoje. Um deles, o iraniano Shoeib Bahman, observador político do portal de notícias Iranian Policy, disse que o encontro é marcante, já que "parece que pela primeira vez durante os cinco anos da guerra civil na Síria, os presidentes dos dois países sentiram a necessidade de realizar um encontro privado, confirmando a prontidão de interagir diretamente".
Para Bahman, é "óbvio que Vlaidmir Putin expressou seu apoio ao governo de Bashar Assad" e que com a sua visita a Moscou, Assad "demonstra a sua prontidão de ampliar a parceria com a Rússia, que é uma potência importantíssima na [solução da] crise síria hoje e potencialmente uma força de recuperação da Síria amanhã".
Comentando a possibilidade de Assad ter pedido a Putin iniciar uma ofensiva também terrestre contra os terroristas na Síria, Bahman descartou tal opção.
"O comando militar russo sublinhou desde o início da operação militar na Síria que seria exclusivamente aérea. E as ações da Força Aeroespacial russa são eficientes. Além disso, eles realizam também o apoio aéreo para o exército do governo sírio, que entrou na fase de ofensiva contra os terroristas e que dispõe do potencial terrestre necessário para a eliminação do adversário. Estes mecanismos de coordenação das ações funcionam, há todas as bases para acreditar no êxito da oepração. Por isso eu achop que não há pressupostos diretos para que Assad se dirigisse a Putin pedindo a introdução das forças terrestres russas na Síria hoje em dia".
750 golpes
Desde 30 de setembro, a aviação russa, após o pedido do presidente sírio, Bashar Assad, está realizando golpes aéreos contra alvos do Estado Islâmico na Síria. Durante o tempo transcorrido desde o início da operação, a Força Aeroespacial russa aplicaram cerca de 750 golpes, eliminando centenas de terroristas, dezenas de postos de comando, armazéns e outros alvos e instalações. Além disso, 26 mísseis de cruzeiro lançados por navios da Frota do Mar Cáspio também atingiram alvos do Estado Islâmico.
De acordo com os dados do Estado-Maior General da Federação da Rússia, os combatentes terroristas já começaram fugindo da região, perdendo os armamentos e material bélico na linha de frente. Drones de reconhecimento russos aumentaram o número de voos para melhor controlar a situação.
O presidente Vladimir Putin confirmou mais cedo que o período da operação militar russa na Síria será limitado pela ofensiva do exército sírio, negando a possibilidade de uso das Forças Armadas da Rússia para ações militares terrestres.