A Aliança, agora, passa a representar 50% da produção e 75% das exportações mundiais de carne bovina.
O anúncio da inclusão de Brasil e Paraguai foi feito na reunião da entidade na cidade de Mazatlán, no México. Pelo Brasil, estiveram presentes executivos de duas entidades de pecuaristas: a Acrimat – Associação dos Criadores de Mato Grosso e a Assocon – Associação Nacional dos Confinadores.
Francisco Manzi, pecuarista e médico veterinário, destaca ainda que o Brasil merece integrar a entidade dos maiores produtores mundiais de carne porque possui “um rebanho de 209 milhões de cabeças de gado, uma produção de 9,9 milhões de toneladas de carne e exportações de 1,9 milhão de toneladas.”
A seguir, a entrevista com o diretor-secretário da Acrimat.
Sputnik: É uma aspiração antiga do Brasil, e também do Paraguai, juntar-se à Five Nations Beef Alliance? Qual a importância desta entidade e por que este desejo do Brasil em fazer parte dela?
Francisco de Sales Manzi: O importante é que esta é uma aliança de produtores. Quando chegamos aqui, nos apresentamos e ouvimos palestras sobre o modo de criação de gado, o controle sanitário, as exigências dos governos e as dificuldades de cada país – também apresentamos as nossas –, e notamos que o que nos une é muito mais do que o que nos separa. Compartilhamos os mesmos sentimentos, os mesmos problemas, as mesmas dores, e temos certeza de que juntos somos muito mais fortes. Unidos nós conseguimos resolver os problemas, principalmente os que são comuns a todos os países-membros.
S: Há quanto tempo o Brasil aspira a fazer parte desta Aliança de Nações?
FSM: Este é um sonho antigo nosso, e na última reunião da Five Nations Beef Alliance, no ano passado, o Brasil foi admitido como membro-observador. Com isso nós levamos uma “lição de casa”, uma tarefa para o Brasil, de nos preparar em alguns quesitos para fazer parte do grupo. Este ano viemos para cá com a nossa “lição de casa” feita, e, por unanimidade, o Brasil foi admitido na Five Nations, que agora conosco e com o Paraguai vai mudar de nome.
FSM: Sim, nós temos apoio do Governo. Nós falamos a mesma língua – Governo e produtores –, que é a busca pelo livre comércio. Gostaríamos que as barreiras que possam impedir o livre comércio fossem apenas de origem científica e não de caráter político.
S: O senhor se refere a termos protecionistas?
FSM: Ou termos protecionistas ou algum outro motivo, que não seja exclusivamente o problema sanitário, que possa interferir nesta relação de pecuária.
S: O Governo Federal, no âmbito do Ministério da Agricultura, também tem apoiado as reivindicações dos pecuaristas?
FSM: O Governo Federal tem nos apoiado, na medida do possível. Temos hoje uma ministra que é da área rural, a Ministra Kátia Abreu, que já foi da Confederação Nacional da Agricultura, também é produtora rural e tem não só apoiado como também estimulado que nós nos alinhemos cada vez mais com o mercado internacional.