Política francesa: A Rússia "tem todo o direito de intervir na Síria"

© Sputnik / Dmitry Vinogradov / Acessar o banco de imagensAvião russo na base aérea de Hmeymim, na Síria
Avião russo na base aérea de Hmeymim, na Síria - Sputnik Brasil
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A presença militar russa na Síria é completamente justificada e seus aviões estão fazendo um bom trabalho bombardeando alvos do EI (Estado Islâmico) no país, disse Elisabeth Guigou, política francesa, em entrevista à Radio França Internacional.

Rebeldes do Primeiro Batalhão sob o grupo de oposição Exército Livre da Síria participam de treinamento militar em 10 de junho de 2015, nos arredores de Aleppo. - Sputnik Brasil
Oposição síria propõe negociações à Rússia
Guigou, que é a presidente do Comitê de Relações Exteriores da Assembleia Nacional francesa, ressaltou que a própria França e outros países, incluindo os Estados Unidos, estão atualmente realizando ataques aéreos na Síria. Por isso seria hipócrita dizer para Moscou não se envolver na Síria.

"A Rússia tem todo o direito de intervir militarmente na Síria", disse Guigou à Rádio França Internacional.

Ao mesmo tempo, a política francesa ressaltou que a Rússia deveria concentrar-se em bombardear alvos do EI sem tocar nas forças de oposição sírias.

Guigou também expressou a esperança de que, após os ataques aéreos russos várias facções sírias irão sentar na mesa de negociações para que um processo de construção da paz finalmente comece. Ela também enfatizou que para que a Síria tenha uma paz duradoura, representantes dos Estados Unidos,  Rússia, UE, Irã e países do Oriente Médio devem tomar parte no processo de negociação.

"Primeiro um cessar-fogo deve ser implementado na Síria, então um período de transição política poderá começar, o qual precederia as negociações envolvendo todas as partes, exceto as organizações terroristas", explicou Guigou.

Quanto aos países da UE, todos eles deveriam concordar em uma política externa unificada no que se refere a Síria. No entanto, será algo difícil de se alcançar, haja visto que um mandatário da UE não pode interferir nos interesses soberanos dos membros da UE, argumentou a política francesa.

A Síria se encontra em um estado de guerra civil desde 2011, com as forças do presidente do país Bashar Assad enfrentando facções da oposição,bem como numerosos grupos extremistas, incluindo Estado Islâmico (EI) e a Frente al-Nusra.

Jato da Força Aeroespacial russa durante missão de combate na Síria - Sputnik Brasil
Aviões russos bombardeiam diferentes regiões da Síria para conter terroristas
Desde 2014, uma coalizão liderada pelos Estados Unidos tem bombardeado posições de militantes terroristas na Síria sem a aprovação do Conselho de Segurança das Nações Unidas ou mesmo das autoridades do país.

Em 30 de setembro, a Rússia deu início a uma campanha aérea multinacional destinada a ajudar as forças lideradas por Damasco em sua luta contra os grupos terroristas que tentam derrubar o presidente Bashar Assad. A operação foi autorizada pelas legítimas autoridades sírias. Desde então a Rússia, a Síria, o Irã e o Iraque concordaram em cooperar na partilha de inteligência e da segurança na Síria, assim como criar um centro de informações em Bagdá com o objetivo de coordenar seus esforços em conjunto.

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