Pentágono usou missionários para espionar a Coreia do Norte

© flickr.com / Roman HarakDemocratic People's Republic of Korea flags fly in the North Korean capital city of Pyongyang.
Democratic People's Republic of Korea flags fly in the North Korean capital city of Pyongyang. - Sputnik Brasil
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Uma operação altamente confidencial do Pentágono incluía uma rede de espionagem na Coreia do Norte de 2004 a 2012 baseada em um grupo americano de missionários cristãos coreanos.

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O líder evangélico cristão Kay Hiramine fundou um movimento humanitário multimilionário e não-governamental chamado Grupo de Serviços Internacionais Humanitário (HISG, na sigla em inglês). 

No entanto, segundo uma reportagem publicada no Intercept nesta segunda-feira, "Hiramine era um espião do Pentágono e sua ONG foi fundada por meio de um programa altamente confidencial do Departamento de Defesa."

O grupo operava como parte de um programa do Departamento de Defasa que começou em dezembro de 2004 e seguiu operando durante a maior parte do primeiro mandato de Barack Obama, diz a reportagem.

"O programa era ideia do oficial sênior de inteligência do Departamento de Defesa general William Jerry Boykin… um cristão evangélico (que)… estabeleceu a ONG porque estava procurando novas… maneiras de infiltrar na Coreia do Norte", diz o texto.

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Em 2003, Boykin recebeu muitas críticas por fazer declarações públicas hostis contra o Islã. 

"A Coreia do Norte era o alvo de inteligência mais difícil para os Estados Unidos. Mas a ONG de Hiramine, oferecendo ajuda humanitária à população desesperada do país, conseguiu ir aonde outros não conseguiram", escreve o Intercept.

O Intercept afirma que a reportagem foi resultado de uma investigação de um mês, na qual foram entrevistados mais de uma dúzia de atuais e ex-oficiais militares e de inteligência, trabalhadores humanitários, oficiais dos EUA e ex-integrantes do HISG.

Segundo Sam Worthington, presidente da Inter Action, associação de cerca de 200 ONGs, usar o HISG para espionagem foi além que o governo americano deveria poder fazer.

"É inaceitável que o Pentágono ou qualquer outra agência americana use organizações não lucrativas para obter inteligência. É uma violação da confiança básica entre o governo americano e seu setor civil", afirmou.

Um ex-oficial militar americano, falando em condição de anonimato, disse ao Intercept que o Departamento de Defesa forneceu pelo menos US$ 15 milhões ao HISG durante o período em que o programa esteve ativo. 

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