No entanto, segundo uma reportagem publicada no Intercept nesta segunda-feira, "Hiramine era um espião do Pentágono e sua ONG foi fundada por meio de um programa altamente confidencial do Departamento de Defesa."
O grupo operava como parte de um programa do Departamento de Defasa que começou em dezembro de 2004 e seguiu operando durante a maior parte do primeiro mandato de Barack Obama, diz a reportagem.
"O programa era ideia do oficial sênior de inteligência do Departamento de Defesa general William Jerry Boykin… um cristão evangélico (que)… estabeleceu a ONG porque estava procurando novas… maneiras de infiltrar na Coreia do Norte", diz o texto.
"A Coreia do Norte era o alvo de inteligência mais difícil para os Estados Unidos. Mas a ONG de Hiramine, oferecendo ajuda humanitária à população desesperada do país, conseguiu ir aonde outros não conseguiram", escreve o Intercept.
O Intercept afirma que a reportagem foi resultado de uma investigação de um mês, na qual foram entrevistados mais de uma dúzia de atuais e ex-oficiais militares e de inteligência, trabalhadores humanitários, oficiais dos EUA e ex-integrantes do HISG.
Segundo Sam Worthington, presidente da Inter Action, associação de cerca de 200 ONGs, usar o HISG para espionagem foi além que o governo americano deveria poder fazer.
"É inaceitável que o Pentágono ou qualquer outra agência americana use organizações não lucrativas para obter inteligência. É uma violação da confiança básica entre o governo americano e seu setor civil", afirmou.
Um ex-oficial militar americano, falando em condição de anonimato, disse ao Intercept que o Departamento de Defesa forneceu pelo menos US$ 15 milhões ao HISG durante o período em que o programa esteve ativo.