Na semana passada, combatentes curdos na Síria acusaram o exército turco de disparar contra as suas posições perto da cidade de Tell Abyad (norte do país), que os curdos reivindicam como parte de sua "administração autônoma".
"Nós atacamos duas vezes", disse Davutoglu em uma entrevista ao canal de televisão turca A Haber, não especificando os detalhes da operação.
O premiê também salientou que as autoridades turcas já alertaram os membros do Partido de União Democrática (PYD), formado por curdos sírios, a não cruzarem a margem ocidental do rio Eufrates – caso contrário, a Turquia partiria para o ataque, segundo Davutoglu.
Ancara considera o PYD afiliado ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), organização considerada terrorista pelo Estado turco, pelos EUA, pela OTAN e pela União Europeia.
Os curdos formam a maior minoria étnica da Turquia, contando por 20% da população. As relações com o Estado turco têm sido tensas desde 1984, quando os curdos declararam independência.
A situação se agravou em julho, quando Ancara lançou uma campanha militar contra o PKK após o grupo ter reivindicado a responsabilidade pelo assassinato de dois policiais turcos.