A companhia de gás ucraniana Naftogaz espera evitar a compra de gás russo em 2016 e conta com as importações provenientes da União Europeia e quer reduzir o consumo total, disse o chefe da Naftogaz Andrei Kobolev na quinta-feira (29).
"Eu acho que em 2016, estamos certos que seremos capazes de evitar completamente [a compra] do gás russo aumentando as importações da Europa e cortando o consumo na Ucrânia, e será possível dizer que nós podemos comprar todo o gás na Europa, se for necessário", disse Kobolev aos jornalistas.
O ministro da Energia russo Aleksandr Novak na quarta-feira (28) disse que a empresa russa Gazprom recebeu da Ucrânia 454 milhões de dólares como o pré-pagamento e começou o fornecimento de dois bilhões de metros cúbicos de gás. Segundo o ministro, a Ucrânia deve continuar comprando o gás para evitar riscos durante o inverno.
Antes o primeiro-ministro ucraniano Arseny Yatsenyuk disse que para as importações do gás Kiev precisa de 1,3 bilhões de dólares dos quais a Naftogaz já tem 500 milhões, mais 300 milhões são esperados da EU e mais meio-bilhão – do Banco Mundial.
Na quinta-feira, Andrei Kobolev também disse que 500 milhões de dólares do Banco Mundial devem ser creditado até os finais do ano.
E parece que estes créditos não serão últimos. Segundo a Associated Press, a realidade econômica não corresponde às esperanças das autoridades norte-americanas de restaurar a economia ucraniana por conta da agricultura. Os jovens se vão embora das regiões agrícolas por desemprego. Além disso, acontecem suspensões temporárias da luz, a corrupção prospera.
“É evidente que a Ucrânia será dependente da assistência financeira dos EUA e Europa durante muitos anos”, nota a agência de notícias.
"Eu não acho que esses níveis de comércio com a Rússia será como era no passado… Estamos dirigindo as nossas exportações para a Ásia, Europa, Oriente Médio e Norte da África", afirmou Natalia Yaresko, citada pela Associated Press.
Segundo os especialistas, a Ucrânia não pode esperar pela normalização da situação. O PIB ucraniano baixará 10% neste ano. O volume do comércio se reduz com a Rússia, maior parceiro (neste ano é duas vezes menor do que no ano passado), no entanto, caem também as exportações para a UE e os EUA.