Além disso, o Ministério da Defesa da Rússia foi incumbido de travar, com a participação do Ministério do Exterior, as respectivas negociações com o lado armênio e assinar o acordo em nome da Rússia.
O vice-diretor do Instituto do Cáucaso, o cientista político Sergei Minasyan, comentou o assunto:
“Isto é um resultado natural dos esforços da Federação da Rússia e da Armênia para a criação de um agrupamento conjunto de forças e meios de defesa antiaérea na região de Cáucaso, criação de um sistema unificado com inclusão das Forças Armadas da Armênia e a base russa no território da Armênia, assim como meios da defesa antiaérea e aviação de combate russa instalada no Cáucaso do Norte. Isto possibilita ao lado armênio efetuar a vigilância do espaço aéreo e, se for preciso, reagir não só com os seus próprios meios, mas também com o uso das forças russas nas regiões contíguas. Isso também possibilita trocar informação em tempo real e escanear as condições além da fronteira da Armênia. Além disso, possibilitará modernizar o parque técnico da defesa antiaérea”.
“É claro que a instalação no território da Armênia de sistemas de mísseis, sistemas de radar e caças, possibilita aumentar a cobertura do espaço aéreo, inclusive no Oriente Médio. Mas em princípio a formação do sistema unido de defesa antiaérea já existe por mais uma década, tanto no quadro da cooperação bilateral quanto no quadro da cooperação no formato da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC). Os acontecimentos na Síria simplesmente aumentam a atualidade do que foi feito”.
Já existe o sistema conjunto de defesa antiaérea da Comunidade dos Estados Independentes. Há quem diga que, ao assinar este tratado, Moscou leva Erevan para a assim chamada “nova Guerra Fria”, mas o especialista desmente estes rumores:
“A Armênia faz parte da OTSC e o país possui uma base militar russa. As fronteiras da Armênia com a Turquia e o Irã são protegidas por guardas fronteiriços russos, quer dizer que a colaboração político-militar e técnico-militar, obrigações mútuas na área de segurança já existem. Não acho que a Armênia seja puxada para uma Guerra Fria e não penso que o que acontece seja Guerra Fria no sentido clássico. Se compararmos com o sistema de defesa antiaérea da Comunidade dos Estados Independentes, então o sistema que está sendo criado tem um número mais restrito de forças envolvidas”.