'Ação da Rússia na Síria evitou guerra termonuclear'

© REUTERS / Ministry of Defence of the Russian FederationA pilot sits in the cockpit of a Sukhoi Su-30 fighter jet at the Hmeymim air base near Latakia, Syria, in this handout photograph released by Russia's Defence Ministry October 22, 2015.
A pilot sits in the cockpit of a Sukhoi Su-30 fighter jet at the Hmeymim air base near Latakia, Syria, in this handout photograph released by Russia's Defence Ministry October 22, 2015. - Sputnik Brasil
Nos siga no
O presidente russo, Vladimir Putin, soube neutralizar com sua intervenção na Síria o perigo de uma guerra termonuclear, opina o escritor e jornalista Daniel Estulin.

Vladimir Putin em caça Su-27 - Sputnik Brasil
Putin: Rússia terá ataque capaz de penetrar qualquer escudo de defesa antimísseis
"Putin entendeu que depois de Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria, viriam o Irã e, depois, a Rússia. Isso causaria uma guerra termonuclear. Sua intervenção interrompeu os óbvios planos da elite anglo-americana", diz Estulin à Sputnik ao analisar os motivos que levaram Putin a iniciar suas ações militares contra o Estado Islâmico e as consequências para a Síria, o Oriente Médio e a política externa dos Estados Unidos.

Em seu último livro, "Fora de Controle", Estulin tenta desmascarar os verdadeiros interesses dos Estados Unidos e seus parceiros (Reino Unido, Israel e Arábia Saudita) no Oriente Médio e no norte da África.

Baseado em mais de 70 mil documentos, o livro revela em particular como estes países haveriam financiado grupos islâmicos como a al-Qaeda durante o governo Bush e o Estado Islâmico sob a atual administração de Barack Obama — uma estratégia de continuação da "guerra contra o terror" que o presidente russo soube neutralizar de maneira magistral com sua intervenção na Síria.

Russian pilot gets into a Su-24 aircraft before taking off at the Khmeimim airbase in Syria - Sputnik Brasil
Estratégia russa contra EI vai acabar com hegemonia dos EUA no Oriente Médio
Na opinião do autor, o "plano mestre" dos Estados Unidos na Síria consistiu em "açoitar a região por meio do Estado Islâmico e suas forças associadas, com o fim de acabar com a capacidade de Síria, Iraque e Irã de coordenar qualquer ação militar, econômica ou política significativa como, por exemplo, um oleoduto ou gasoduto principal que conecte os mercados asiático e europeu."

Para Estulin, 2006 foi o ano em que começou a "cruzada da OTAN para instaurar uma mudança de regime da Líbia até a Síria", sendo o assassinato de Muammar Gaddafi, em outubro de 2011, "um êxito da cooperação entre os serviços de inteligência ocidentais e as milícias de Ansar al Sharia e Escudo da Líbia, vinculadas à al-Qaeda, com os países aliados do Ocidente na região: Arábia Saudita, Catar e Turquia."

"O plano consistia em enviar por via aérea à Turquia terroristas e jihadistas recrutados, além de armas do arsenal de Gaddafi, utilizando aviões cataris e turcos para, mais tarde, do outro lado da fronteira da Turquia (membro da OTAN) com a Síria, lutar contra o exército sírio e o regime de Bashar Assad", explicou o escritor, que insinuou que este mesmo modelo de guerra suja poderia ter sido utilizada da Síria até o Irã e, finalmente, até na Rússia.

"As ações militares de Putin asseguraram que esse câncer não se expandiu até as fronteiras da Rússia", concluiu Estulin, que acredita que a intervenção deixou evidente o jogo dos EUA: "enquanto George Bush colocava a al-Qaeda como desculpa para uma intervenção militar direta, o governo Obama usa a al-Qaeda e, agora, o Estado Islâmico, para derrubar governos independentes ou como marionetes suicidas contra inimigos maiores como Rússia, China ou Irã.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала