"Uma campanha brutal contra a Venezuela foi lançada, para evitar o inevitável. Para nós, ninguém nos deu nada de presente. Conquistamos tudo através da luta e esforço", disse o chefe de Estado, discursando em Genebra.
Agradecendo o respaldo de uma série de países – entre eles, Cuba, Índia, China, Iraque e Rússia – à reeleição de Caracas no órgão da ONU por mais três anos, Maduro disse que, apesar das realizações da Venezuela em matéria social, "ninguém pode garantir que tudo está feito”.
“Tudo está por se fazer na construção de um sistema de direitos humanos. Este é um cenário maravilhoso para que esse processo tenha sua própria dinâmica", disse ele.
Na história da América Latina, não é a primeira vez que um país tem que resistir à pressão da propaganda ocidental. A seguir, lembramos algumas das últimas frentes nessa batalha midiática.
Brasil
“Sem a menor sombra de dúvida, é um caso político. Na verdade, quem é que faz a avaliação de risco no mundo e quem são essas agências? As avaliações feitas por essas agências há muito tempo são questionadas, porque quando elas fazem uma avaliação dessas elas recebem uma comissão pela avaliação. É preciso que as pessoas fiquem muito atentas, que tenham um filtro nos olhos, para ver se essas avaliações são feitas estritamente por critérios técnicos, econômicos, por parâmetros fiscais, de arrecadação, de pagamento. Há um componente subjetivo e um componente nebuloso. O cenário brasileiro é difícil, mas está bem longe de ser um cenário como o descrito pelo ‘Financial Times’, de paciente terminal”, disse o jornalista especializado em economia.
Argentina
Na questão dos “fundos abutres”, atualmente sendo apreciada por um tribunal em Nova York, a Argentina enfrenta a pressão da grande mídia ocidental para pagar a totalidade de sua dívida perante os fundos de investimento sediados nos EUA – ação que o governo argentino já explicou ser incapaz de fazer.
Com o passar do tempo e a Argentina mantendo as dificuldades econômicas, alguns fundos aceitaram acordo e permitiram ao Governo o resgate dos títulos por quantias inferiores aos valores de face. Outros, porém, decidiram exigir o valor integral, e a questão foi parar no tribunal. Em 2012, a Justiça dos EUA determinou o pagamento total e, pelos cálculos do Governo argentino, os valores girariam em torno de 1,3 bilhão de dólares. Como ainda não se obteve acordo, a estimativa é de que, com a correção dos valores, a dívida atualizada seja de 15 bilhões de dólares.
Equador
Em diversas ocasiões, Correa tem afirmado que a direita liderada por interesses internacionais conspira para “gerar medo e criar agitação social”, tudo a fim de evitar as medidas necessárias para promover a igualdade e a distribuição de renda no país.
“O poder midiático está na espinha dorsal, na base do poder que tem dominado a América Latina; se queremos uma mudança real na América Latina, tem que mudar o poder da mídia para o bem comum, para informar, não para manipular, jornalistas para cumprir o seu papel de jornalistas, e não de políticos disfarçados de jornalistas", disse ele em maio, durante uma entrevista coletiva em Quito.
“Nós estamos vendo o que está acontecendo no Oriente Médio, vimos o que foi esse embuste, essa mentira criada pelos países imperialistas, o esquema Primavera Árabe, que só serviu para trazer guerra e desgraça. Eles têm um poder midiático muito grande – tachar tudo aquilo que não coaduna com eles de ditadores, estados ditatoriais, governos repressivos”, pontuou o analista.