EUA se contradizem dizendo que nunca forneceram armas aos curdos do YPG

© AFP 2023 / Delil SouleimanUma mulher combatente curda da Unidade de Proteção do Povo (YPG) na linha de frente na Síria.
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O coronel Steve Warren, responsável pela operações dos EUA contra o EI, disse na semana passada que os EUA nunca forneceram e nunca fornecerão armas às forças curdas em luta contra o grupo jihadista na Síria - referindo-se às "Unidades de Proteção Popular" curdas (YPG). No entanto, a realidade é bem outra, segundo relata o What They Say About USA.

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De acordo com o artigo do site analítico, Warren dissera que as armas dos EUA foram e serão destinadas a uma coalizão árabe composta pelas recém-formadas "Forças Democráticas da Síria". A Turquia, que empreende uma guerra contra as forças curdas em seu território, se mostrou satisfeita com a declaração norte-americana.

Para o autor do artigo, porém, os EUA querem apenas evitar irritar a Turquia, porque suas tropas estão atualmente usando a base aérea de Incirlik para lançar ataques contra o Estado Islâmico. Enquanto Warren afirma uma postura, outros oficiais do Departamento de Defesa norte-americano continuam a emitir declarações que contradizem suas palavras.

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Há apenas um mês, a Casa Branca anunciou a entrega de 50 toneladas de armas e munições "para os árabes sírios" que estão lutando contra o Estado Islâmico. Imediatamente depois, funcionários do Pentágono, sob condições de anonimato, emitiram uma refutação da declaração no Washington Post, no New York Times e na Bloomberg, afirmando que o objetivo principal da Casa Branca havia sido o de fornecer assistência militar aos curdos — e não aos árabes — e que isto, de fato, foi realizado. Uma proporção significativa das armas e munições entregues acabou nas mãos dos curdos — fato confirmado pelo líder do Partido da União Democrática (PYD), Salih Muslim, juntamente com um dos comandantes do YPG, Sipan Hemo. Além de tudo isso, a região onde as armas e munições norte-americanas foram entregues é controlada pelos curdos.

O artigo segue notando que, se Washington realmente tiver pretensões de acabar com o Estado Islâmico, não pode se dar ao luxo de não colaborar com o YPG. Os curdos são reconhecidos por todas as partes — exceto, talvez, pela Turquia e pelas nações árabes — como uma das forças mais eficazes na luta contra o grupo terrorista. 

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Entre as muitas perguntas suscitadas pela contradição de discursos dos oficiais norte-americanos, segundo a análise do What They Say About USA, a principal é a seguinte: se os EUA não pretendem colaborar com o YPG, como disse o coronel Warren, então o que está por trás da política norte-americana de pressionar o YPG a se afastar do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), organização considerada terrorista por Ancara? 

A conclusão é inevitável, segundo o autor do artigo. Os Estados Unidos não tem a menor intenção de cessar a sua colaboração com o YPG. Washington está apenas tentando deixar seu apoio menos visível, para evitar irritar a Turquia e para conseguir um compromisso entre o YPG e Ancara. A criação das "Forças Democráticas da Síria", às quais se referiu o coronel Warren, e a pressão de Washington sobre o YPG são apenas frutos desta política.

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