Kremlin anuncia ações duras em relação à Turquia

© AFP 2023 / ADEM ALTANO presidente russo, Vladimir Putin, em encontro com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em Ancara, em dezembro de 2014
O presidente russo, Vladimir Putin, em encontro com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em Ancara, em dezembro de 2014 - Sputnik Brasil
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A Rússia está pronta para cessar todos os projetos comerciais e abandonar a cooperação militar com a Turquia após o incidente com o Su-24 da Força Aeroespacial da Rússia.

A respetiva informação foi divulgada pelo jornal empresarial russo Kommersant, que cita fontes nos órgãos do Estado.

Uma fonte na administração presidencial russa declarou que as decisões em relação a Ancara serão “duras” e terão influência séria nas relações bilaterais em várias áreas, inclusive na energética. Segundo divulgou a publicação, a maior empresa petrolífera russa, a Gazprom, avaliará a racionalidade de realização do projeto de gasoduto Corrente Turca (também chamado de Turkish Stream).

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Além disso, outro grande contrato energético entre a Rússia e a Turquia está em questão – sobre a construção pela estatal de energia atômica russa Rosatom da primeira usina nuclear turca em Akkuyu, que custaria 22 bilhões de dólares e se tornaria a maior da Rosatom. 

A Turquia poderá por sua vez limitar a passagem de navios russos pelos estreitos de Dardanelos e Bósforo, o que influirá no abastecimento da base aérea russa de Hmeymim, na Síria. Mas Ancara só pode dar este passo se decidir que existe ameaça de guerra, de acordo com a Convenção de Montreux sobre o Regime dos Estreitos assinado em 1936, que regula a atividade militar da região.

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Mas, mesmo neste caso, a liberdade de navegação comercial continuaria em vigor, só com certas limitações. A plena proibição da navegação pode ser introduzida só em caso de o país entrar em guerra.

Na manhã da terça-feira (24), um caça russo Su-24 foi abatido na Síria. O presidente Vladimir Putin declarou que o avião foi abatido por um míssil "ar-ar" disparado de um avião turco F-16, tendo o avião caído em território sírio, a quatro quilômetros da fronteira com a Turquia. O presidente russo chamou a derrubada do avião de "golpe nas costas" por parte dos coniventes com o terrorismo. 

Na tarde do mesmo dia, a Agência Federal do Turismo da Rússia (Rosturizm) proibiu a venda de pacotes de viagens à Turquia, explicando a decisão pela aumentada ameaça de terrorismo. Mais cedo, o chanceler russo Sergei Lavrov cancelou a sua visita à Turquia e avisou os cidadãos russos sobre possíveis ameaças terroristas na península da Anatólia.

Quais serão as perdas da indústria turística da Turquia? 

Segundo os dados da Organização Mundial de Turismo, em 2014 a renda da indústria de turismo na Turquia foi 96 bilhões de dólares, o que representa 12% do PIB do país (9,8% mais do que a média no mundo).

Entretanto, o Banco Mundial estima o PIB turco em 799,5 bilhões de dólares. 

Em 2014 a Turquia foi visitada por 37 milhões de turistas. 

A contribuição direta dos turistas russos à economia da Turquia é estimada em quatro bilhões de dólares (0,5% do PIB nacional), segundo indicam os dados para 2014.   

Segundo os dados da Rosturizm, um total de 1.031.525 turistas russos visitaram a Turquia na primeira metade de 2015 o que é em 25,7% menos do que no mesmo período de 2014, quando o país foi visitado por 1.387.763 turistas russos.

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