O vice-chefe da entidade russa Sergei Saveliev notou nas declarações à agência noticiosa russa RIA Novosti que apesar das tensões geopolíticas entre as partes envolvidas no ExoMars a cooperação só continua a ampliar-se.
"O projeto ExoMars sem dúvida tem importância histórica e prática para a Rússia e a Europa, porque a cooperação espacial nunca cessava, mesmo nos anos da ‘guerra fria’. Apesar da complicação da situação geopolítica, a cooperação não só continua, mas junto com a ESA nós estamos elaborando os planos da ampliação [do projeto]," disse.
Segundo Saveliev, é preciso abordar tudo que tem a ver com o projeto de forma pragmática, porque o ExoMars terá a aplicação prática no futuro.
"Para a Rússia a participação do projeto ExoMars tem importância prática muito grande: nas condições de orçamento muito complicado do país ele permite ter oportunidade de participar de uma missão moderna e muito cara de exploração de Marte, que, se for bem sucedido, permitirá ter acesso à informação científica muito importante sobre os resultados de novas pesquisas únicas."
O vice-chefe da Roscosmos lembrou que a Rússia não só permite a Europa usar dois foguetes-portadores Proton, mas também participa do projeto com plenos direitos, ou seja, terá acesso a todos os resultados alcançados.
"Fornecemos sistemas de lançamento, rebocadores espaciais, serviços de lançamento, infraestrutura terrestre para abastecimento de serviços de comunicações para os navios espaciais, bem como equipamentos científicos. Tudo isso custa 10 bilhões de rublos [143 milhões de euro], e todo o projeto ExoMars custará à Europa cerca de um bilhão de euros", sublinhou Saveliev.
"Se a Rússia tivesse recusado de participar no projeto, o dinheiro seria gasto em vão, porque a missão simplesmente não poderia ser realizada".
O ExoMars é um dos principais projetos do programa planetário tanto da Rússia como da Europa, por isso ele suscita uma atenção particularmente grande. Ele pressupunha o envio, em 2016, de uma sonda orbital para estudar Marte e desembarcar um módulo em sua superfície e em 2018, uma sonda autopropulsada.