“Ao mesmo tempo isto é uma reprovação das ações instigadoras da Turquia, por meio das quais Ancara tentou impedir a destruição dos terroristas (a propósito, a Rússia está quase acabando este processo) e quis engajar outros países da OTAN em um conflito com a Rússia”, disse Nikolic.
O presidente frisou que não se podia ter permitido um tal incidente e lembrou que a própria Turquia violou repetidamente o espaço aéreo da Grécia, mas estes casos foram resolvidos por meio de mecanismos diplomáticos.
“Quando as forças sírias abateram um avião turco, a Turquia disse que apesar de este ter estado no espaço aéreo da Síria por mais de dez minutos, foi um gesto negativo na mesma e que tudo podia ter sido resolvido através da diplomacia e de uma chamada telefônica. Neste caso, em apenas 17 segundos (além disso, a Turquia não tem provas que ele estava realmente no seu espaço aéreo), eles afirmam que contataram o piloto por sete vezes, consultaram o Ministério da Defesa etc. Tudo isso é muito pouco claro”, opina Nikolic.
Nikolic também sublinhou que é pouco possível esperar ajuda da Turquia na luta contra o terrorismo, que está destruindo a Europa.
O presidente sérvio sublinhou que não gostaria de intervir nas relações da Rússia com a Turquia e comentar as possíveis sanções por parte de Moscou, porém disse:
“Eu sei que o presidente Putin é uma pessoa razoável, está pronto a proteger os interesses nacionais do país e tomará as medidas correspondentes. Será uma decisão sensata que mostrará que ninguém se deve atrever a comportar-se tão imprudentemente com a Rússia, especialmente agora quando ela luta contra um mal mundial”.
Nikolic opina que a Turquia e a Rússia podem tentar corrigir as relações durante o conselho ministral da OSCE em Belgrado, que terá lugar no início de dezembro:
“Mas a Turquia deve dar o primeiro passo porque é culpada. Não é preciso esperar da Rússia que ela proponha restabelecer a paz àquele que provocou o conflito sem quaisquer sinais de arrependimento e garantias de que isso não acontecerá mais uma vez”.
Ancara declara que derrubou o avião russo porque ele violou o espaço aéreo turco, mas o Ministério da Defesa da Rússia sublinha que durante todo o voo o avião se manteve sempre sobre o território da Síria. “Isto foi registrado por meios objetivos de controle", acrescentou o departamento militar. O presidente russo Vladimir Putin chamou o abate do avião de "golpe nas costas" por parte de coniventes com o terrorismo.