Logo a seguir, numa nota publicada no seu site oficial, o primeiro-ministro da Grécia Alexis Tsipras destacou “a importância da colaboração entre os dois países de modo a promover uma nova agenda para o desenvolvimento e a justiça social na Europa, para acabar com as políticas de austeridade e pela paz e estabilidade na região”.
Para comentar estes temas, a Sputnik entrevistou em exclusivo em Lisboa Miguel Carvalho, escritor e jornalista da revista Visão.
Sputnik: Acha que o novo primeiro-ministro conseguirá ultrapassar a austeridade e manter, ao mesmo tempo, boas relações com as instituições europeias?
Eu acho que esta mudança do PCP também foi muito forçada, nos bastidores, pelo lado sindical, ou seja, de alguma maneira terá havido figuras próximas da CGTP e de alguns outros movimentos sindicais no sentido de se deitar para trás das costas estes quatro anos e dar prioridade a três-quatro coisas que pudessem ser conseguidas no imediato. Julgo que isso poderá atenuar um bocado o lado mais de protesto que o PCP tem.
S: O Partido Comunista e o Bloco de Esquerda não possuem ministros no novo Governo, embora o apoiem. Acha que essa ausência foi por desejo do PS ou destes dois partidos?
S: … uma coisa que 40-50 anos não foi feita?
S: Falemos de um tema de política externa. Face à instável situação no Oriente Médio, Portugal poderá vir a ser chamado para destinar tropas ou outros recursos no terreno à OTAN. Tendo em conta que o PCP e o Bloco de Esquerda são contra a OTAN, como conseguirá António Costa conciliar estas duas realidades?
MC: O PS tem os princípios que tem em relação a essas matérias. Já foi dito pelo próprio António Costa que as diferenças aí são evidentes e que ninguém vai tentar convencer o outro que tem razão, ele disse que não espera que o PCP e o Bloco abdiquem das suas posições em relação a estas questões externas. A verdade é que quem conhece a posição destes partidos compreenderá que, nestas questões de política externa, cada um apareça a falar pela sua própria cabeça. Eu acho que a dificuldade maior vai ser explicar essas divergências em termos midiáticos.