Assad falou sobre o papel da Turquia e de outros países no apoio ao terrorismo na Síria

© AP Photo / SANA, FilePresidente da Síria, Bashar Assad dá entrevista à BBC em Damasco
Presidente da Síria, Bashar Assad dá entrevista à BBC em Damasco - Sputnik Brasil
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O presidente da Síria, Bashar Assad, em entrevista à Televisão Checa (Česká televize) declarou que o financiamento e as armas para os terroristas chega através da Turquia, com apoio da Arábia Saudita e do Catar. Ele destacou que somente a participação da Rússia no combate ao terrorismo obrigou o Estado Islâmico e a Frente al-Nusra a recuar.

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Assad também revelou que Damasco está realizando negociações tanto com a oposição política, quanto com os grupos armados, prometendo anistia aos últimos, após a deposição das armas. O presidente sírio destacou que a verdadeira oposição deve ser criada no próprio país, sem interferência externa.

Segundo o líder sírio, ele estaria pronto a deixar o cargo de presidente, se perder durante o processo eleitoral. No momento, entretanto, no ápice da guerra, Assad não pretende renunciar. O político afirmou que os principais objetivos da Síria para ele são: a vitória sobre o terrorismo, a manutenção do estado laico e a realização de reformas políticas, de modo a atender as demandas da população.

Durante a entrevista, Assad comentou a tragédia, envolvendo o Su-24 russo, abatido pelas Forças Aéreas turcas. O presidente da Síria considera que o incidente com o bombardeiro russo demonstrou as reais intenções do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. No entanto, segundo ele, o ocorrido não alterará a disposição das forças e o suporte russo será ainda mais intensificado. Assad também considera que a tragédia envolvendo o Su-24 não influenciará as negociações sobre o futura da Síria.

Assad acusou os países do Ocidente de conivência e suporte indireto dos combatentes radicais. 

“Se vocês realmente querem combater eles [os terroristas] e vencer, então devem interromper o seu fornecimento de armas, o seu financiamento e a chegada de recrutas, que passam, em grande parte, pela Turquia, com apoio da Arábia Saudita e Catar. Esse é o primeiro passo, necessário para iniciar o combate ao terrorismo. Caso contrário, você luta contra, mas eles continuam tendo acesso infinito ao fornecimento [de armas] vindo de vários países, principalmente dos da nossa região, com apoio, ou com isenção do Ocidente”.  

Segundo ele, a Rússia está realizando “atividades práticas” na Síria. “Os russos levam o combate ao terrorismo muito a sério. Eles e o exército sírio estão cooperando”.

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“Somente após o início da participação dos russos no combate ao terrorismo, o EI, a Frentre al-Nusra e outros grupos terroristas começaram a recuar”, resumiu o presidente sírio.

Quanto ao seu futuro, Assad disse nunca ter pretendido obter e manter a todo custo o cargo de líder do país. Assad relaciona o próprio destino político à vontade do povo sírio.

“Claro que agora, no ápice da guerra, eu não posso dizer que, por algum motivo, renuncio ao meu cargo… eu estaria sendo um traidor nesse caso. Quando, porém, chegar a hora das eleições, o povo sírio tomará a sua decisão. Se desejarem que eu permaneça na liderança do país, eu ficarei com prazer no meu cargo. Se não desejarem, me demitirei com prazer. Não tenho problema algum quanto a isso”, concluiu Bashar Assad.

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