De cara a cara o rosto não se vê: política real dos EUA no Oriente Médio

© AP Photo / Hasan JamaliUm comandante da Marinha dos EUA faz briefing para jornalistas na véspera dos exercícios militares. 20 de setembro, 2012
Um comandante da Marinha dos EUA faz briefing para jornalistas na véspera dos exercícios militares. 20 de setembro, 2012 - Sputnik Brasil
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Será que alguém acreditará na recente declaração de Barack Obama sobre o fato que os EUA e os seus aliados ocidentais pretendem acabar com o Daesh, libertar os territórios ocupados pelos terroristas e cortar os seus recursos financeiros e redes de abastecimento?

Será que alguém acreditará que o presidente norte-americano ou outro líder ocidental qualquer poderá realmente lidar com a guerra contra grupos terroristos no Oriente Médio, à propósito, criados pelo próprio Ocidente?

Estas questões foram feitas pelo site analítico What They Say About USA (O que dizem sobre os EUA).

As aeronaves das Forças Aeroespaciais russas atacam as posições do grupo terrorista Estado Islâmico na Síria. Depois do impacto direto da bomba foi destruído material bélico dos terroristas. - Sputnik Brasil
Quem está realmente combatendo o Daesh?
Segundo o site, parece que as questões são retóricas e as respostas são óbvias. Afinal, os territórios ocupados não são norte-americanos, então, porque se preocupar, verdade? Mas o site sublinha que a situação parece perfeita para adquirir novos territórios…

Quando Barack Obama foi eleito e ocupou a Casa Branca em 2009, muitas pessoas mostraram otimismo acreditando que isso seria um bom augúrio não só para o país, mas também para o mundo – que ele poderia parar a agressão americana e deixar de desempenhar o papel de polícia mundial. O otimismo teve seu auge após o discurso proferido na Universidade do Cairo (Egito) na qual prometeu grandes mudanças na política em relação ao Oriente Médio, um “novo começo” com o mundo muçulmano.

Um militante do Estado Islâmico caminha sobre escombros na Síria. - Sputnik Brasil
Luta linguística antiterrorista: por que usamos ‘Daesh’ em vez de ‘Estado Islâmico’?
Na altura os países da região não conseguiram ver a verdade nesta retórica norte-americana, porque após a presidência de George W. Bush, tristemente famosa pela agressão militar no Iraque e no Afeganistão, esperaram a chegada de uma nova figura do Partido Democrático dos EUA, que levaria "mudança". Mas na realidade a região só viu a coisa completamente diferente, e sem aspas, a destruição, sublinha o site.

E agora Obama promete destruir o grupo terrorista Daesh e os seus líderes.

“Como o líder dos EUA planeja fazer tudo isso?” pergunta o site.

Analíticos, citando a mídia árabe, se lembram que os EUA constumavam declarar que não querem destruir o grupo terrorista, só querem limitar a sua expanção. Mesmo assim, generais norte-americanos forneceram munições e armas aos terroristas do Daesh, e ao mesmo tempo conselheiros militares norte-americanos estavam ocupados com treinamentos de soldados na Jordânia.

Não só Obama, mas também o presidente francês François Hollande e, mais cedo, Nicolas Sarkozy tentaram usar a crise no Oriente Médio como um instrumento político para a realização da sua política, não apoiada pelos seus povos, acreditam os autores do site.

Enquanto Obama promete combater o Daesh, não faz declarações sobre intenção de cortar o fornecimento de armas e munições aos terroristas. Ele também nunca prometeu parar as vendas do petróleo roubado pelo Daesh no Iraque, Líbia e Síria. 

“Tudo isso é maior do que a Casa Branca pode tolerar”, opina o site.

Caça norte-americano F-15C - Sputnik Brasil
Para quem combatem EUA no Oriente Médio?
Caso Obama faça tudo isso, enfrentará o mesmo destino que John F. Kennedy tinha, opinou na semana passada o presidente russo Vladimir Putin. O site lembra que Kennedy tentou evitar traficantes de armas e chefes militares da CIA para adquirir suporte de acadêmicos para criar a política diferente dos EUA, mas acabou por ser assassinado – é o fato geralmente sabido, mesmo que oficialmente os resultados da investigação do crime ainda não foram divulgados.

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