A declaração aconteceu depois que a Turquia implantou seu pessoal em um acampamento na região Bashiqa, norte do Iraque, localizado perto de Mosul, atualmente controlada pelo Daesh (também conhecido como Estado Islâmico, grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países). Ancara disse ser um ato de rotina para treinar os iraquianos para retomar a cidade.
“Eu consideraria isso uma ocupação que vem em meio à redivisão do mundo. Sem dúvida, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan está tentando transformar seu país em um novo Império Otomano”, disse Glazunov.
Ele acrescentou que “aos olhos da elite política turca, este território iraquiano continua a ser uma parte essencial da Turquia, que foi cortada de Istambul em 1920, quando o Império Otomano entrou em colapso após a I Guerra Mundial”.
“A Turquia está interessada em anexar os territórios do norte do Iraque e da Síria. Erdogan certamente teve o sinal verde de Washington antes de enviar tropas para a área”, destacou Glazunov.
Glazunov acrescentou que o governo iraquiano tem o direito legal de responder à invasão, mas que é improvável que Bagdá faça qualquer retaliação por causa de possíveis consequências.
“Como eles podem responder? Eles estão lutando contra o Daesh graças ao apoio do Irã e isso por si só ajuda a conter a ofensiva dos terroristas”, afirmou, acrescentando que não descarta um “conflito oculto” entre as forças turcas e iranianas.
As Forças de Mobilização Popular do Iraque, por sua vez, se comprometeram a tomar as medidas adequadas contra as forças turcas se Ancara não retirar suas tropas do país dentro do prazo estabelecido pelo governo iraquiano.