A transformação da OTAN desde a Guerra Fria de aliança militar em um folheto publicitário para atrair os antigos membros do pacto de Varsóvia atingiu o nível mais baixo, com propostas de integrar a Ucrânia e a Geórgia. Isto quando a Aliança não atingiu nada de diferente desde o tempo da confrontação com a Rússia, escreve Doug Bandow na revista norte-americana National Interest.
“Tendo se separado de forma pacífica da Sérvia muitos anos atrás, Montenegro não ameaça nem foi ameaçado por alguém. Juntar-se à OTAN é semelhante a acumular amigos no Facebook. Faz um pouco mais de que permitir aos altos funcionários de Washington passear pelo mundo se gabando como os EUA são populares”, disse Bandow.
“O problema não é somente o alargamento mais recente da OTAN. A Aliança ignora as mudanças que acontecem dentro dos seus estados-membros. Por exemplo, a Turquia prova que é ela própria uma arena de confrontação que mina a segurança norte-americana e europeia” porque lança uma ofensiva violenta contra os separatistas curdos e ocupa uma terça parte do Chipre.
Os membros europeus da OTAN gastam 1,5% do PIB na área militar, que é muito menos que do objetivo de 2%, colocado pela OTAN, nível que somente a Estônia, Grécia (principalmente para se defender da Turquia), a Polônia (pela primeira vez na história) e o Reino Unido conseguiram atingir.
Segundo Bandow, durante muitos anos, os responsáveis norte-americanos pediam sem sucesso aos europeus para estes gastarem mais na área militar. Na opinião do especialista, os membros europeus da OTAN simplesmente não veem a Rússia como ameaça.
As preocupações de caráter económico permanecem as principais em todo o continente europeu. O apoio à ideia de grandes despesas militares para enfrentar uma ameaça ilusória não dará vantagens aos políticos locais.
“Os EUA devem fazer em 2016 o que não conseguiram fazer em 1990. Devem anunciar que o mundo mudou desde a criação da OTAN dominada pelos EUA”, reformar ou se retirar da aliança. Bandow disse que uma alternativa pode ser uma maior autosuficiência da OTAN, onde os EUA sejam somente um dos países associados.