O orçamento militar do país para 2016 alocou, usando custos publicamente disponíveis para as estimativas, cerca de 7.000 munições de ataque direto conjunto (JDAM, na sigla em inglês) e 2.800 mísseis Hellfire para todas as operações de contingência no exterior, que incluem Afeganistão, Iêmen e Somália. Para aquisições internas, os EUA planejam comprar cerca de 14.000 bombas JDAM e 4.200 mísseis Hellfire.
Sem incluir bombas não guiadas – a maioria das quais parece ser adquirida para conversão em JDAMs – e um pequeno número de bombas especializadas, tais como as anti-bunker, isto significa um total de 28.000 bombas e mísseis, em comparação com as 20.000 usadas apenas contra o Daesh em 14 meses.
"Se os EUA lançaram 20.000 bombas e mísseis contra um ator não-estatal sem qualquer força aérea, marinha ou exército moderno, quantas podem ser necessárias contra uma grande potência mundial com forças armadas modernas?" escreveu o analista militar e tenente-coronel aposentado Daniel Davis, em artigo para a revista National Interest.
De acordo com Davis, a questão pode significar problemas para os EUA no caso de o país se deparar com inimigos mais convencionais, já que a luta contra o grupo não-estatal Daesh produziu poucos resultados, apesar de seu alto custo.
Danos Estimados
Os custos da guerra contra o Daesh em termos de prejuízo econômico também não favorecem os EUA. Uma bomba russa guiada por satélite KAB-500S custa cerca de US$ 50.000, enquanto suas variantes teleguiadas e guiadas a laser saem a aproximadamente US$ 20.000, de acordo com dados públicos.
Um tanque de armazenamento do tipo alvejado pela Força Aérea da Rússia é capaz de armazenar até US$ 250.000 em petróleo ao mesmo preço, sem incluir o custo do indispensável caminhão-tanque.
Para efeito de comparação, um míssil Hellfire dos EUA custa cerca de US$ 100.000 e uma JDAM, cerca de US$ 25.000. Um Toyota Hilux, outra aquisição popular entre os jihadistas do Daesh, custa cerca de US$ 22.000 nos Emirados Árabes Unidos.