Estariam os EUA ficando sem bombas para lançar sobre o Daesh?

CC BY 2.0 / Força Aérea dos EUA / Drone MQ-9 ReaperMilitares norte-americanos preparam um drone MQ-9 Reaper para exercícios de voo
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O esforço militar dos EUA contra o Daesh (autodenominado Estado Islâmico) conseguiu pouco para dissuadir o grupo terrorista, embora tenha causado um estrago considerável nos arsenais de bombas das Forças Armadas norte-americanas, que podem não ser completamente substituídos aos preços de aquisição correntes.

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O lançamento de mais de 20.000 mísseis e bombas sobre o Daesh pode não ter contribuído em nada para conter ou reduzir o tamanho e a influência do grupo, mas pode ter criado problemas para a segurança nacional dos EUA.

O orçamento militar do país para 2016 alocou, usando custos publicamente disponíveis para as estimativas, cerca de 7.000 munições de ataque direto conjunto (JDAM, na sigla em inglês) e 2.800 mísseis Hellfire para todas as operações de contingência no exterior, que incluem Afeganistão, Iêmen e Somália. Para aquisições internas, os EUA planejam comprar cerca de 14.000 bombas JDAM e 4.200 mísseis Hellfire.

Sem incluir bombas não guiadas – a maioria das quais parece ser adquirida para conversão em JDAMs – e um pequeno número de bombas especializadas, tais como as anti-bunker, isto significa um total de 28.000 bombas e mísseis, em comparação com as 20.000 usadas apenas contra o Daesh em 14 meses.

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Se a campanha largamente passiva contra os jihadistas drenou 20.000 bombas e mísseis dos EUA, não está claro se os novos contratos para 2016, junto com um aumento das operações, seriam suficientes para manter os estoques de reserva. Segundo o jornal USA Today, o esforço contínuo fez a Força Aérea dos EUA "esgotar seus estoques de munições e [levou] o serviço a vasculhar depósitos ao redor do mundo por mais armas e para encontrar o dinheiro para comprá-las".

"Se os EUA lançaram 20.000 bombas e mísseis contra um ator não-estatal sem qualquer força aérea, marinha ou exército moderno, quantas podem ser necessárias contra uma grande potência mundial com forças armadas modernas?" escreveu o analista militar e tenente-coronel aposentado Daniel Davis, em artigo para a revista National Interest.

De acordo com Davis, a questão pode significar problemas para os EUA no caso de o país se deparar com inimigos mais convencionais, já que a luta contra o grupo não-estatal Daesh produziu poucos resultados, apesar de seu alto custo.

Danos Estimados

Os custos da guerra contra o Daesh em termos de prejuízo econômico também não favorecem os EUA. Uma bomba russa guiada por satélite KAB-500S custa cerca de US$ 50.000, enquanto suas variantes teleguiadas e guiadas a laser saem a aproximadamente US$ 20.000, de acordo com dados públicos.

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Quando se trata de alvos, um caminhão-tanque com 40.000 litros de petróleo feito pelo fabricante turco Ahmet Dogan Tanker custa em torno de US$ 40.000, de acordo com a listagem da empresa no site Alibaba, e carrega cerca de U$ 5.000 em petróleo, a um preço estimado de US$ 20 por barril — valor que os contrabandistas de petróleo do Daesh conseguem obter pelo combustível roubado. 

Um tanque de armazenamento do tipo alvejado pela Força Aérea da Rússia é capaz de armazenar até US$ 250.000 em petróleo ao mesmo preço, sem incluir o custo do indispensável caminhão-tanque.

Para efeito de comparação, um míssil Hellfire dos EUA custa cerca de US$ 100.000 e uma JDAM, cerca de US$ 25.000. Um Toyota Hilux, outra aquisição popular entre os jihadistas do Daesh, custa cerca de US$ 22.000 nos Emirados Árabes Unidos.

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