A dívida soberana da Ucrânia à Rússia monta aos 3 bilhões de dólares. A parte ucraniana tem se recusado a pagá-la — inclusive isso foi dito pelo primeiro-ministro, Arseny Yatsenyuk, e pela ministra das Finanças, Natalie Jaresko.
Na tarde da terça-feira (8), o Fundo Monetário internacional (FMI) aprovou uma reforma de creditação — agora, mesmo em caso de moratória da dívida soberana, um país pode contrair empréstimos.
O presidente russo não deixou de sublinhar que a Rússia estava pronta para ajudar a Ucrânia na eventual reestruturação da dívida. Bastava Kiev apresentar o pedido correspondente.
Mas Kiev não quis fazê-lo, alegando que iria aceitar tal proposta.
Mais cedo nesta quarta-feira (9), a Comissão Europeia anunciou que não iria alterar o acordo sobre a criação da Zona de Livre Comércio com a Ucrânia.
Além da dívida ucraniana, o presidente russo tocou no assunto das relações energéticas entre os dois países. Deliberou que a Rússia deve renovar o fornecimento de carvão à Ucrânia.
"Primeiro, é preciso retomar o fornecimento de carvão à Ucrânia", disse Putin, se dirigindo ao ministro da Energia da Federação da Rússia, Aleksandr Novak.
A Rússia deixou de fornecer carvão ao país vizinho depois de Kiev começar o bloqueio energético da Crimeia.
Recentemente, a península ficou por um tempo sem eletricidade. A causa foi uma explosão nas linhas de transmissão que ligam a península ao continente, na parte ucraniana.
A Rússia lançou a primeira linha da "ponte energética" à Crimeia, através do estreito de Kerch (ao leste da península). Em 2016, a segunda linha deve ser concluída, deixando a república, que faz parte da Rússia desde 2014, de estar dependente da Ucrânia.