O especialista russo Aleksandr Galkin, no entanto, vê a decisão de Merkel de se opor à proposta dos Estados Unidos como uma tentativa de reforçar a sua própria imagem na Alemanha. De acordo com Galkin, Merkel está perdendo força política rapidamente em seu próprio país e, portanto, decidiu exibir sua independência em relação a Washington.
"Merkel […] está tentando se distanciar de percepções negativas suas na Alemanha, para demonstrar que ela não é um fantoche nas mãos dos Estados Unidos" disse o analista em entrevista exclusiva à Radio Sputnik.
De acordo com Galkin, é improvável que Merkel renuncie em um futuro próximo, mas há dúvidas sobre seu futuro político. Como relatado anteriormente pelo think tank norte-americano Stratfor, o mito de Angela Merkel como uma "líder infalível" já foi destruído. A população alemã começou a duvidar do poder de Merkel e sentiu que a chanceler começou a perder o controle sobre a situação política.
Galkin argumenta que Merkel seria capaz de provar a sua independência dos EUA se quisesse fazê-lo. Os EUA ficariam descontentes com a atitude, mas não seriam capazes de exercer pressão sobre a chanceler.
"Claro, Merkel não iria seriamente romper com os Estados Unidos, enquanto estiver conduzindo essa campanha de relações públicas", disse o especialista, concluindo que Washington "terá que engolir essa", mas ao mesmo tempo reterá bem na memória a "ousadia" de Berlim.